quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

VIOLÊNCIA „FAMILIAR”


É muito fácil notar em breves pesquisas, que trata-se do tema „violência doméstica” quase exclusivamente relacionado a algum tipo de agressão contra a mulher. Neste aspecto, o homem é muito condenado, porém não há elogios a homens que conseguem manter o controle e não reagir de forma violenta mesmo quando agredidos. Aparentemente, a sociedade perde as reais dimensões éticas na compreensão da violência e tende a cuidar de “minorias”, como homossexuais, diferentes raças, etc. Parece haver uma grande dificuldade em conseguir-se estabelecer como norma e regra universal que claramente qualifique todos como humanos, onde ninguém pode ou deve ser exposto a agressões e violência de qualquer espécie, sem a segmentação socialmente proposta.

Família é um “lugar” onde em teoria existe paz e segurança. A hipocrisia da sociedade em admitir e enxergar diferentes problemas doentios dentro das famílias constitui um dos fatores que favorece a propagação daquilo que não deveria nunca existir, como a violência.

Assim, começam a surgir fragmentações dos instrumentos de coerção do Estado, específicos para cada caso: Delegacia da Mulher, Delegacia para Animais, Delegacia para tudo, fragmentando todo o sistema e criando parâmetros duvidosos para a interpretação de leis e execução de controles diversos. Tal tipo de fragmentação, acaba por fragmentar também a noção exata daquilo que chamamos de violência e agressão.

A agressão surge normalmente da frustração, da vontade de domínio, da falta de argumentos e começa com a agressão verbal, muitas vezes culminando com algum tipo de agressão física ou psicológica. Devemos avaliar uma certa quantidade de situações de grande conflito como termômetro para uma possível agressão extrapolada para o campo da agressividade e: a) resolver de forma racional a questão ou b) encerrar todo e qualquer tipo de contato, evitando assim o aprofundamento dos problemas e futuras agressões possíveis.

Segundo Rynerson & Fishel, 1993; Saffioti, 1997, a violência é um fenômeno existente que não distingue raça, nível social, etc. Eu diria que é um problema democrático que atinge a todos. Mas, para que ele realmente se manifeste, há permissividade para que o comportamento surja e se instale.

Segundo Hamberger & Holtzworth-Munroe, 1999; Faulkner, Stoltenberg, Cogen, Nolder & Shooter, 1992; Sinclair, 1985; Rynerson & Fishel, 1993; Gondolf, 1993, o agressor tem sempre uma tendência enorme para minimizar a agressão e negar o comportamento, transferindo a culpa para a vítima. Normalmente o agressor sofre de baixa auto-estima, depressão de algum tipo e ansiedade (Hamberger & Holtzworth-Munroe, 1999).

Grande parte da sociedade foi educada com “castigo”, punições diversas “didaticamente” aplicadas às crianças durante seus desenvolvimento. Este grande erro também induz a um comportamento do “ensinar pela violência”, pois aprender é sinônimo de apanhar. São diversas as formas que um agressor usa para legitimar seu comportamento e muitas vezes parece ser impossível que ele compreenda a profundidade de tal tipo de ação. Os problemas vão desde a falta de respeito pelo outro ao total descontrole e falta de domínio de suas emoções e frustrações.

Segundo Padovani, Cortez & Williams, 2001, é possível reverter processos de quadros violentos com técnicas e estratégias, porém não é fácil. Devemos sempre considerar se vale a pena a luta para suprimir os sentimentos que surgem após uma agressão, pesar o passado, valores e afetos, avaliar a culpa oculta em nosso consciente e inconsciente, e daí tomar as decisões cabíveis.

Certamente, há pessoas com maior “potencial de perdão” que outras e ainda, aquelas que julgam inaceitável a agressão descabida, o que é diferente da violência fundamentada em defesa. É importante notar ainda, que é a permissividade do agredido que proporciona a possibilidade de repetição de atos de agressão e às vezes, até mesmo o início destes.

Leia, pense, avalie. Agir com agressividade além de errado indica incapacidade de compreensão, dificuldade em lidar com a realidade, dificuldade de auto-aceitação entre tantas outras falhas, algumas delas imperdoáveis.


Tadziu

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

SOBRE O COMÉRCIO DE ANIMAIS



NÃO COMPRE ANIMAIS! ADOTE UM AMIGO!

Temos aqui um alerta com relação a uma feira que negocia animais no Embu das Artes. Já é o segundo artigo alertando e chamando atenção para comportamentos sociais humanos que podem e devem ser modificados. Quem se interessar pode ver a íntegra da parte II sobre a Feira da Vergonha, mas não se limite a isso. Veja também todo o trabalho desenvolvido pela Confraria Miados e Latidos que tenta conscientizar e salvar animais abandonados com um projeto que merece a apreciação e o reconhecimento de todos os sensatos, daqueles que conseguem pensar de forma crítica, eliminando o senso comum e a alienação.
Generalizar geralmente é um erro, mas buscar elementos que tragam universalização de conceitos e valores é uma busca válida. Ter convicção é um erro, pois esta geralmente pode estar baseada unicamente em uma crença pessoal, porém ter certeza já é algo baseado em observação, constatação e verdade.
Não é difícil por exemplo, encontrar em uma breve pesquisa como deve ser feito o comércio de animais, desde estrutura básica a dimensões do ambiente.
Criador, que é um tipo de pecador (não no aspecto religioso), porém no ético e o comprador, que é uma vítima inconsciente e frustrada, querendo por pouco ou nada comprar um animal de raça, do tipo “pudo” ou “sianês”, sente-se indignado com a crítica e tenta uma linha de defesa “lógica” para legitimar os próprios atos. O comprador pode também facilmente encontrar informações sobre como e onde adquirir um animal de raça, porém este tipo de gente quer pagar pouco e irá cuidar do animal da mesma maneira na maior parte das vezes, economizando.
Claro, é muito fácil fazer tal defesa eliminando a realidade de tantos animais abandonados, especialmente em época de festas de final de ano e férias. Os mesquinhos humanos, e não são poucos, compram animais como se fossem brinquedos que podemos desligar quando temos algo “mais importante a fazer” e que não merecem cuidados quando não é de nosso interesse, então também podem ser abandonados a sua própria sorte.
Com o velho chavão “fotos dizem mais que palavras”, e não é difícil notar que as condições humilhantes e insalubres onde as vendas de animais normalmente acontecem são uma realidade. Não é sequer necessário fotografar o fato, qualquer pessoa pode notar que animais são vendidos sem afeto, como pura mercadoria, permanecendo em “recipientes” mínimos, expostos ao sol, frio, e muitas vezes sem uma estrutura básica necessária para seu conforto.
Em momento algum vi nomes ou acusações diretas, do tipo: o Sr. Silva comercializa animais... ou o Sr. Souza é um ignorante que adquiriu um animal em uma feira sem estrutura e de uma pessoa ignorante, o que faz também dele um imbecil.
O artigo apenas descreve o problema e chama a atenção de todo aquele dotado de um mínimo de inteligência, para o fato de existir algo errado, algo cruel sendo cometido, ainda que de forma “inocente”, porém ignorância não é perdoável.
Descartes dizia em seu Discurso do Método, que todo o ser humano e dotado de bom senso. Grande engano, bom senso exige cultura, sensibilidade, noção de realidade e tantos outros quesitos que muitas vezes são desprezados e ignorados.
A feira acontece em local público, ou seja, é minha, é sua, é de todos. Há os que não percebem o tamanho do problema, e há os que além de perceber, querem tornar o conhecimento acessível a todos. É assim que se constrói uma sociedade melhor, mas fraterna e solidária.
Se considerarmos somente o fato de MUITOS dos animais abandonados serem de raça, notamos que além da venda de animais ser uma coisa questionável, pois um criador RARAMENTE leva em conta quem é o comprador, visando apenas o lucro, um vendedor meia boca é uma criatura ainda mais vil e mesquinha e pensa ser a solução de algum problema que ele mesmo está ajudando a alimentar e desenvolver.
A raça de um animal pode se importante para alguns, porém geralmente é vaidade. Neste caso, procure um criador sério, há poucos porém eles existem, e gaste para ter um animal de procedência decente e bem criado, conheça os pais dele, o local onde nasceu, avalie a estrutura. Se você quer um animal de “raça” apenas, e quer comprá-lo por pouco, provavelmente não irá cuidar bem dele e sua vaidade é pior que a da situação anterior. Quem não pode pagar por um bom cão não poderá manter um bom padrão de alimentação e cuidados.
Um bom animal é aquele que te desperta sentimentos e do qual você cuida. Pensar de outra maneira é ser racista. Se você avalia um animal desta maneira, avalia também as pessoas de forma semelhante, então você se torna racista, sexista e outros “istas” que devem desaparecer socialmente, pois o mundo será melhor sem os preconceitos dos cretinos.

A Confraria Miados e Latidos resgata animais, cuida, avalia a saúde, doenças graves básicas, castra, alimenta e doa, sendo que as doações não são aleatórias e sim para pessoas que apresentam um mínimo de respeito e consciência pela vida animal e são avaliadas. Muitas vezes, até mesmo eu, coloco dinheiro do meu bolso para uma castração, um medicamento, dedico tempo e em momento álbum obtenho lucro, exceto o que vem do prazer de ter salvo uma vida, de ter participado de um processo lento de conscientização social.

Uma doação não é feita aleatoriamente, mas uma venda é feita para o primeiro que quiser pagar, sem mencionar que a maioria das compras se dá por impulso, sem a consciência do tempo de vida do animal, das necessidades, eventuais doenças que ele poderá vir a ter e que deverão ser atendidas por um período que pode chegar a até 20 anos.

Muitas vezes o comprador é um mero ignorante, é mais vítima que culpado, daí a conscientização ser necessária, pois na verdade, assim como existe corrupto e corruptor, existe o criador e o comprador, e todos estão errados.

Abaixo os “protestos” dos cidadãos em questão:

Nome: fabio | E-mail: xxxxxxxxxxxxx | IP: XXXXXXXXXXXX
estou meio chateado por escreverem sobre a feira de embu das artes sendo que comprei um cao lá e não vi nada disso que foi dito e mostrado nas fotos e conheço as pessoas das fotos são pessoas que vende animais que cuidam muito bem por isso acho uma grande mentira boa parte escrito aqui no municipio de embu já temos um grupo de protetora que chamamos de desocupadas vem problema em tudo so que acho que divia cuidar mais de suas vidas algumas pessoas dessa feira são pessoas que fazem parte dos protetores da regiao e sao pessoas se vende é pra ajudar muitos caes abandonados na rua de embu não é justo escrever chigando as pessoas que nem conhecer já vou comunicalos disso do que estao falando


O Sr. Fábio, que claramente expressa problemas de redação e coesão na forma de escrever, julga que tudo está bem. Claro, talvez ele nunca tenha passado pela estrada e notado a quantidade de animais abandonados e atropelados, talvez ele na verdade saiba que está errado, e uma das formas que encontrou para se defender foi criticar “um grupo de protetora”, chamando o grupo de desocupado (veja que falta de plural e concordância dificultam até o comentário).

VENDER significa obter lucro. Não sei se alguém já pensou no custo com veterinários, remédios, castração, cuidados... e os animais do projeto não são vendidos, são doados após avaliação e com critérios. Obter lucro com animais não pode e não é algo que possa ser associado a proteção animal.

Xingar, que na verdade deve ser escrito com “X” e não “CH”, é um outro tipo de coisa. Foi feita uma crítica e crítica não pode ser destrutiva e sim construtiva, porém avaliando toda a situação, a crítica é construtiva por descrever fatos e não contém xingamentos. Crítica também é algo aberto a desenvolvimento e defesa, porém usar de retórica é artifício dos fracos.

Nome: daniel | E-mail: xxxxxxxxxxxxxxxx | IP: xxxxxxxxxxxx
parabens pro seu texto só que antes de falar e escrever sobre as pessoas da feira e tira fotos sem permisao da pessoa não é muito etico se não tem o que fazer problema seu verifique antes de escrever qualquer coisa. faço parte da feira de filhotes não maltrato nenhum animal se vendo filhotes porque você não vai me da raçao ou pagar veterinario tem meus caes todos bem cuidados tem veterinaria que aconpanha meus caes falar e colocar fotos é facil só que prova o que esta falandoé outra coisa varios dizem mais arume o que fazer

O Senhor Daniel, que primeiramente dá os parabéns pelo texto, o faz de forma estranha e hipócrita. Como dar parabéns e em seguida dizer que tudo está errado? Talvez seja um problema com o domínio da escrita, onde ele quis ser irônico e não conseguiu.

A feira é pública e proibir qualquer tipo de registro é uma censura e apenas demonstra que houve registro de algo irregular, de algo errado. Será que o Senhor Daniel criticaria as mesmas fotos caso estas recebessem legendas elogiando a feira e o comércio cruel de animais? Duvido muito.
O que será que o Senhor Daniel compreende por ética, uma vez que o comércio segundo ele está de acordo com os mais elevados padrões de venda de animais? Qual a base para este conceito dele? Alguma feira de animais na Somália?

Não precisamos arrumar mais o que fazer. Animais abandonados, de raça ou não, existem aos montes, e na verdade, pessoas como o Senhor poderiam ajudar no trabalho de doação, cuidados, etc, porém preferem fazer uma crítica sem fundamentação alguma. Na verdade Senhor Daniel, quem tem facilidade para falar sem nada fazer é o Senhor.

Um grande e fraterno abraço a todos. Espero que algumas das idéias e conceitos expostos possam abrir os olhos e eliminar o senso comum da avaliação de mundo de muitos que tiveram o trabalho de ler, avaliando o verdadeiro conteúdo.

Tadziu

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

BUSCA DA VERDADE


Na busca da verdade e do conhecimento, qualquer que seja a área, acabamos por desenvolver hipóteses. Nosso maior problema, e nem todos notam isso, é que as hipóteses que desenvolvemos não surgem com rótulos de “verdadeiro ou falso”, e dificilmente temos um norteador que nos diga se estamos confiando na verdadeira ou na falsa. Não podemos basear verdades apenas no fato de existirem hipóteses, e assim muitas vezes nos iludimos na busca da verdade.

Uma das piores situações a ser encontrada é a do paradoxo. Uma declaração ou observação de fatos que aparentemente são verdadeiros, que surge como uma contradição lógica contrapondo-se a uma intuição comum. O paradoxo então torna-se o oposto daquilo que se pensa ser verdade. A identificação de paradoxos por conceitos “simples” ou racionais, muitas vezes nos ajudam no progresso e busca da verdade.

“Vimos que, se investigarmos um objeto vulgar, do gênero que os sentidos conhecem, o que os sentidos imediatamente nos dizem não é a verdade acerca do objeto em si mesmo, mas apenas a verdade acerca de determinados dados dos sentidos que, tanto quanto podemos ver, dependem das relações entre nós e o objeto. Por conseqüência, o que vemos e sentimos diretamente é apenas uma ‘aparência', que acreditamos ser o sinal de uma 'realidade' escondida.” Bertrand Russell

Apesar de termos acumulado tanto conhecimento, de termos tantas fontes, ciências novas, potencialidades e capacidade de discernimento, acabamos muitas vezes voltando a Sócrates - (470-399 a.C) e uma de suas máximas: “Só sei que nada sei", que não demonstra ignorância, mas a necessidade de se manter como uma investigador, e como um reconhecedor da própria ignorância, evitando assim cessar a busca pelo conhecimento.

A sabedoria e o conhecimento estão também na consciência do não saber. Aquele que consegue ver sua própria ignorância procura saber mais e aquele que pensa tudo saber, contenta-se com o que sabe e torna-se estagnado.

O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas que foram enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas e obrigatórias: as verdades são ilusões, das quais se esqueceu que o são, metáforas que se tornaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efígie e agora só entram Em consideração como metal, e não mais como moedas (NIETZSCHE. Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral).

Bem, como podemos notar, vale a pena repensar o que é a verdade em nossa vida e até onde vivemos iludidos.

Há momentos em que nos sentimos seguros e confiantes, quando algo acontece e nos traz uma dor carregada de espanto e admiração, então, perdemos o norteamento, não sabemos o que pensar, avaliamos o que pensamos anteriormente como uma crença e temos dificuldade em lidar com o novo.

A perplexidade que se instala nos faz querer saber onde erramos, o que não percebemos, se foi por comodismo ou pela situação em si, e sair deste estado de insegurança começa a ser imperativo, pois o desencantamento faz com que notemos nossa própria ignorância e nos criam uma vontade e uma necessidade de superação.

Duas coisas devem ser mantidas como verdades na busca da realidade:

1) Incerteza, decepção e insegurança são um caminho na busca da verdade;
2) Manter a decisão de não aceitar nada como certeza pronta, indo além na busca de explicações válidas para a forma de interpretar a realidade.

A segunda opção é sempre a melhor.

sábado, 11 de outubro de 2008

LIMITE DO ESTADO E LIBERDADE


Talvez uma das saídas seja não pensar no limite do Estado, e sim na ausência dele, na superação da necessidade de uma entidade com tanto poder sobre a liberdade das pessoas, que cerceia e determina quais serão seus potenciais impedindo a realização de muitas coisas.
Porém, há um paradoxo, pois a liberdade sem nenhuma forma de regulamentação pode se tornar ameaçada, talvez graças ao nosso baixo nível de desenvolvimento intelectual, emocional e social. Então, voltamos a supor que precisamos do Estado, porém um estado que se dedicasse e cumprisse funções administrativas e reguladoras pelo povo.
Assim sendo, por um lado temos o Estado que por si só pode ser exacerbado e também ter o valor exacerbado pela sociedade, pelo próprio homem e por outro, o risco da coletividade não saber lidar com a liberdade excessiva e graças a paixões menores como egoísmo, não conseguirem agir de forma construtiva e revolucionária com um sentido de mudanças nunca antes vividas.
Liberdade, que é alto também tão complexo de se definir e colocar em prática, pelo fato desta não poder ser abalada ou suprimida graças à liberdade de um terceiro, torna-se ao mesmo tempo um instrumento de legitimação para a necessidade do Estado.
A questão principal talvez, seja delimitar a LIDERANÇA e o tipo de uso do PODER que o Estado pode ter.
Talvez graças aos conceitos cristãos tão impregnados em nossa sociedade (e de outros Deuses em outras sociedades), que em algumas coisas coincidem, temos a máxima “todos são iguais”. Não é uma realidade, e precisamos notar e saber apreciar a questão à luz da razão. Especialmente nas massas, há homens que são “superiores”, que se destacam por alguma razão, seja pela cultura um pouco superior, seja pela força física, capacidade intelectual, conhecimento. Então Liberdade e igualdade não necessariamente são parceiras.
Também graças às diferenças que encontramos nas massas, surge a grande dificuldade da sociedade interpretar, compreender, julgar e exigir do Estado os seus direitos e compreender melhor os conceitos de sua própria liberdade e da do outro.
Lentamente, e talvez seja o único caminho, as massas precisam pela educação, não só a formal escolar, desenvolver consciência e capacidade de julgamento não somente pelo senso comum. Conscientizar as massas é fundamental para um processo político evolutivo a meu ver, pois é o que pode limitar e trazer ética para o Estado.
Quem sabe, se o processo tiver um início agora, em alguns séculos nosso desenvolvimento emocional consiga atingir um nível onde seja possível viver um sistema anárquico, sem governo, sem Estado. Quem sabe, não teremos mais fronteiras, a economia não será capitalista, e talvez nem comunista, pois pode surgir uma nova proposta, e os padrões de comportamento que iniciemos agora consigam transformar a coletividade a ponto desta compreender um mundo melhor e realmente livre. Os padrões comportamentais que podemos iniciar agora podem “contaminar” toda a sociedade, pois padrões de comportamento são condicionadores apesar de lentos.
Então, talvez a busca da coletividade pelos bens materiais, pelo poder aquisitivo, pelo poder social cedam e no lugar consigamos deixar os valores superficiais e supérfluos e realmente pensar na coletividade vivendo em harmonia.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Deus: Questionário de Qualidade

Deus gostaria de lhe agradecer pela sua crença e apoio. De modo a melhor servir as suas necessidades, Ele pede-lhe que gaste alguns momentos para responder às seguintes questões.
Todas as suas respostas são estritamente confidenciais, e não necessita de fornecer o seu nome ou endereço, exceto se pretender uma resposta direta aos seus comentários ou sugestões.

1. Como soube da existência de Deus?
__ Jornal
__ Biblia
__ Torah
__ Outro Livro
__ Televisão
__ Inspiração Divina
__ Conversa com amigo
__ Experiência de Quase Morte
__ Tablóide
__ Arbusto Ardente
__ Outro. Especifique : _____________

2. Que modelo de Deus escolheu?
__ Yoweh
__ Pai, Filho e Espirito Santo
__ Jehová
__ Jesus
__ Ala
__ Satanas
__ Deus
__ Nenhum dos indicados, fui escolhido

3. Recebeu Deus em boas condições, sem falta de nenhum atributo?
__ Sim
__ Não
Se não, por favor descreva os problemas que encontrou:
____________________________________

4. Que fatores foram relevantes para a sua decisão? Marque todos os que se apliquem.
__ Educação pelos pais
__ Necessidade de uma razão para viver
__ Educação pela sociedade
__ Necessidade de focar-me em alguem para desprezar
__ Amigo imaginário cresceu
__ Não pensar por mim
__ Encontrar homens/mulheres
__ Medo da morte
__ Chatear os meus pais
__ Precisava de sair do escritório por um dia
__ Necessidade desesperada de certezas
__ Gostar de música de orgão
__ Necessidade de sentir-me moralmente superior
__ O meu arbusto começou a arder e falou-me

5. Já adorou um Deus antes? Se sim, que falso deus o enganou? Marque todos os que se apliquem.

__ Odin
__ Zeus
__ Apolo
__ Ra
__ o Sol
__ a Lua
__ a Bomba
__ Cthulhu
__ Dolar Todo Poderoso
__ Liberalismo de Esquerda
__ Bill Clinton
__ Outro. Especifique: ________________

6. Usa atualmente outra fonte de inspiração para lá de Deus? Marque todos os que se apliquem.

__ Tarot
__ Loteria
__ Astrologia
__ Televisão
__ Psiquico
__ Dianética
__ Palmistria
__ Playboy e/ou Playgirl
__ Livros de Auto-Ajuda
__ Sexo, Drogas e Rock and Roll
__ Bioritmos
__ Bill Clinton
__ Folhas de chá
__ Mantras
__ Cristais
__ Sacrificios Humanos
__ Pirâmides
__ Vaguear no deserto
__ Companhia de seguros
__ Arbusto Ardente
Outro: _____________________

__ Nenhum

7. Deus emprega um limitado grau de Intervenção Divina para preservar o equilíbrio entre a sua presença sentida e a fé cega. Qual prefere (escolher apenas um)?
a. Mais Intervenção Divina
b. Menos Intervenção Divina
c. Atual nível de Intervenção Divina
d. Não sei... o que é a Intervenção Divina?

8. Deus tambem tenta manter um equilíbrio entre desastres e milagres. Numa escala de 1 a 5 classifique (1=insatisfatório, 5=excelente):
a. Desastres
inundação 1 2 3 4 5
fome 1 2 3 4 5
terramoto 1 2 3 4 5
guerra 1 2 3 4 5
pestilência 1 2 3 4 5
praga 1 2 3 4 5
SPAM 1 2 3 4 5
Microsoft 1 2 3 4 5
b. Milagres
salvamentos 1 2 3 4 5
remissões espontâneas 1 2 3 4 5
estrelas pairando sobre cidades 1 2 3 4 5
estátuas que choram 1 2 3 4 5
água transformando-se em vinho 1 2 3 4 5
caminhar sobre as águas (exceto Tiete) 1 2 3 4 5
arbustos que falam 1 2 3 4 5
Vídeos que se auto-programam 1 2 3 4 5
Sadam Husein vivo 1 2 3 4 5
Inter ganha campeonato 1 2 3 4 5

9. Tem algum comentário ou sugestão adicional para melhorar os Nossos serviços?


FONTE: Dicionário Cético

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

DIREITOS SEXUAIS




Direitos Sexuais:
São direitos a uma vida sexual com prazer e livre de descriminação.
Incluem o direito:
• De viver a sexualidade sem medo, vergonha, culpa, falsas crenças e outros impedimentos à livre expressão dos desejos;
• Direito de viver a sua sexualidade independente do estado civil, idade ou condição física;
• A escolher o/a parceiros/a sexual sem discriminação, e com liberdade e autonomia para expressar sua orientação sexual se assim desejar;
• De viver a sexualidade livre de violência, descriminação e coerção; e com o respeito pleno pela independência corporal do/a outro/a;
• Praticar a sexualidade independende de penetração;
• A insistir sobre a pratica do sexo seguro para prevenir uma gravidez não planejada e as doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV-Aids;
• A saúde sexual, o qual exige o acesso a todo tipo de informação, educação e a serviço confidenciais de alta qualidade sobre sexualidade e saúde sexual;
Fonte: SOS CORPO - Gênero e Cidadania
Os Direitos Sexuais, foram extraídos dos documentos elaborados por vários países, incluindo o Brasil, durante a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, que ocorreu na cidade do Cairo - Egito no ano de 1994, e também através da 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, que ocorreu na cidade de Beijing - China no ano de 1995.
IMPORTANTE:
Para que os direitos sexuais possam ser cumpridos e exercidos, é importante sabermos que também temos alguns compromissos a ssumir, como por exemplo usar corretamente a camisinha em todas as relações e práticas sexuais.
Cumprindo os nossos compromissos, estaremos garantindo os nossos direitos.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

REMÉDIO ANIMAL - HOMENAGEM A UMA AMIGA


Matéria completa na Revista Viva Saúde Edição 66


Tatiana Sales é uma amada amiga, inteligente, bem humorada e defensora dos animais. Não deixe de visitar também o site de proteção animal Miados e Latidos, do qual ela é Diretora Operacional e eu participo como voluntário muito modesto só para brigar com a Tatiana sempre que posso.

A revista acima mencionada publicou a matéria abaixo, citando a Tatiana e a importância dos animais também na questão da saúde humana. Não deixe de ler.


Remédio animal
A convivência com um amigo de quatro patas acalma, facilita a interação, dá confiança e, o melhor, ajuda a superar com sucesso vários problemas de saúde

POR JANETE TIR


Foi em abril de 2005 que a paulistana Tatiana Sales descobriu um câncer no colo do útero. Depois de ser opera - da - e de várias sessões de radioterapia -, teve alta em janeiro de 2006, para em março desse mesmo ano receber a notícia de que as células tumorais haviam se espalhado para o intestino, a bexiga e a bacia pélvica. Apesar do prognóstico nada bom e de ser considerada paciente terminal, ela iniciou a quimioterapia, mas foi liberada para voltar para casa, pois nada mais poderia ser feito num ambiente hospitalar.

"Perdi mais de 20 kg e usava máscara hospitalar o tempo todo, pois o meu sistema imunológico beirava o caos, mas não fiquei sem meus gatos nem um minuto. Passamos várias noites deitados no sofá, eu brincava com eles e eram momentos em que eu me esquecia de que estava tão doente, e a dor constante era amenizada", revela Tatiana.

QUEM JÁ PASSOU POR EXPERIÊNCIAS DOLOROSAS DE DOENÇAS OU PERDAS FAMILIARES SABE QUE AOS ANIMAIS, AO CONTRÁRIO DOS SERES HUMANOS, NÃO HÁ NECESSIDADE DE EXPLICAR NADA, SOMENTE DE INTERAGIR

Tatiana Sales encontrou nos gatos a melhor companhia para enfrentar um câncer

Depois de uma cirurgia longa, em que era tudo ou nada, a saúde voltou aos poucos e hoje ela está curada. "Posso dizer, sem dúvida alguma, que hoje sou uma pessoa muito mais equilibrada e preocupada em ser feliz do que era antes. Naqueles momentos difíceis, meus gatos ficaram comigo e nem se importaram com o meu mau humor, se eu estava descabelada ou com aparência péssima por conta de quimioterapia. Eles não tiveram por mim aquela piedade que tanto corrói e maltrata um doente, pelo contrário, me presentearam com um amor incondicional", diz Tatiana.

Casos assim são tão comuns na medicina que os animais passaram a ser os visitantes mais esperados em hospitais e asilos. E os dados científicos estão aí para provar que, "no contato com o cão, após 15 a 20 minutos, a pessoa libera vários neurotransmissores e hormônios de bem-estar, como dopamina, endorfina, feniletilamina, prolactina, oxitocina, e inibe o cortisol, hormônio associado ao estresse", explica a psicóloga Silvana Prado, da ONG Organização Brasileira de Interação Homem- Animal Cão Coração (OBIHACC), que promove visitas a asilos de idosos.

"Além disso, o cachorro é um ser vivo no qual projetamos nossos sentimentos, ele nos dá uma experiência multissensorial, assume o papel de facilitador da afetividade, interação, confiança e, acima de tudo, o seu amor incondicional ao homem", conclui.

Amor incondicional

Quem já passou por experiências dolorosas de doenças ou perdas familiares sabe que aos animais, ao contrário dos seres humanos, não há necessidade de explicar nada, somente de interagir. Às vezes, o melhor remédio é fazer carinho na orelha de um cão ou segurar um gato no colo para ter o conforto perdido. A sensação da professora Leila Piffer é exatamente essa. Com a morte da mãe há oito meses, ela teve depressão e desenvolveu uma crise de ansiedade. "Estou em tratamento desde fevereiro deste ano, afastada do serviço, ingerindo remédios controlados, melhorando e procurando reestruturar minha vida nessa nova fase. Conto com a ajuda de familiares e amigos, mas as minhas gatas, a Pititica e a Branquinha, têm um papel fundamental no meu tratamento e nesse período de recuperação", conta ela.

ELES FAZEM BEM À SAÚDE

Apenas 15 minutos de convivência com um animal melhoram muitos problemas de saúde, segundo a organização internacional Delta Society. Dentre as pesquisas já realizadas sobre o assunto, a instituição ressalta as seguintes:
A presença de cachorros em hospitais diminui a pressão sanguínea, controla a ansiedade de cardíacos e ajuda a melhorar as funções do coração e do pulmão em pacientes internados.
Pacientes com doença de Alzheimer têm menos problemas de comportamento e se alimentam melhor em ambientes com aquário.
Um cão na sala de espera de consultórios reduz o estresse das crianças.
A fisioterapia é mais eficaz quando o profissional tem como assistente um cachorro.
Idosos que possuem um animal de estimação em casa visitam o médico com menos freqüência.
Taxas de colesterol, triglicérides e pressão arterial são baixas em pessoas que têm bicho em casa.
Crianças conseguem passar por uma situação difícil na família, como doenças ou perdas, e ter mais auto-estima se têm a companhia de animais.
Em adultos saudáveis, os bichos propiciam a diminuição do estresse diário e da solidão.
Menos depressão e estresse foram constatados em portadores do vírus HIV que vivem com animais, além de aumentar a vontade de superar a doença.




A convivência com um amigo de quatro patas acalma, facilita a interação, dá confiança e, o melhor, ajuda a superar com sucesso vários problemas de saúde.

Os animais têm uma "total falta de discriminação, eles tratam igualmente qualquer pessoa, independente de particularidades físicas, raciais, sociais etc.", complementa Valéria Oliva, veterinária e uma das coordenadoras do Projeto Cão-Cidadão, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que utiliza animais na recreação e na diminuição da ansiedade dos pacientes portadores de necessidades especiais na sala de espera do centro odontológico da universidade. "O resultado é excelente e os pacientes se tornam mais colaborativos e, em alguns casos, até a sedação pode ser dispensada", comemora.

A fisioterapia é outra especialidade médica que ganha muito mais eficiência com a presença de um animal. "Nas sessões é a especialista que dá instruções aos cães, que incentivam os pacientes. Com essa 'brincadeira' as pessoas, principalmente os idosos, passam a fazer os exercícios físicos com mais facilidade", explica a médica veterinária e psicóloga Hannelore Fuchs, que coordena o projeto internacional Pet Smile, em São Paulo.

E tem outro item importante que todos os especialistas concordam quando o assunto é animal em casa: posse responsável. O cão, o gato, o coelho, o pássaro precisam ser cuidados, ter as suas necessidades básicas satisfeitas, não deixar o bicho sair à rua, telar janelas ou muros. Por isso, antes de ter um companheiro, o melhor é pesquisar sobre a espécie, o trabalho que vai dar e a disponibilidade de tempo que o animal exige. O cão ou o gato, se bem tratados, podem, tranqüilamente, passar de 15 anos de vida. E, independente da idade, eles sempre vão exigir amor e carinho de seus donos.

Valorize a vida, respeite toda forma de vida!

MANIPULAÇÃO


Historicamente, a Bíblia deveria ser maior, mais completa. Podemos dizer, que a Bíblia no formato à qual temos acesso foi editada, não foram incluídos muitos textos que na época não eram “interessantes” para as necessidades, etc.
Muitos documentos “bíblicos” foram encontrados posteriormente à publicação oficial, como por exemplo o Texto Gnóstico achado em Nag Hammad em 1945 sobre São Tomé, ou seja, para o conteúdo ser sério e completo, falta um Bíblia atualizada. Muitos são os textos agnósticos que poderia complementar o livro “sagrado”, mas não há interesse e sim, uma versão oficial manipulada.
Também não devemos nos esquecer que traduções não são nada fáceis, especialmente em textos no formato dos bíblicos, cheios de metáforas, mitos, etc.

Não nego que a Bíblia contenha fatos e elementos históricos, mas não é possível termos a Bíblia como uma obra histórica, como uma referencia real, e para tudo o que lá está, é necessário buscar em outras fontes confiáveis a veracidade do que lemos. Então, a Bíblia, na melhor das hipóteses, é uma referência, assim como a história de Atlântida segundo Platão.

A Sociedade Bíblica do Brasil é algo assustador. Lançou versões diversas da Bíblia em formato digital, formato de livro escolar, histórias ilustradas, e não é uma instituição neutra, é de caráter evangelizador e não científico, é dogmática, e deve ser vista com muito cuidado e ressalvas.

Como pensadores, devemos tender a superações e não ao poder. Daí, não é importante defender a existência ou não de Deus, ou a validade ou não das escrituras, mas o impacto social e os danos que os dogmas e a fé causam.

Aparentemente, até temos conseguido em nosso grupo algumas mudanças, mas é importante que elas venham a atingir os grupos de pessoas que realmente decidem os rumos da sociedade e tem o real domínio sobre coisas e a sociedade.

Daí, entramos na questão da manipulação e dos elementos que são utilizados para tal efeito:

1) a vida é norteada para o domínio atual estabelecido, o que tem na verdade criado situações de destruição e morte;
2) tal tipo de norteamento não universaliza a vida, sendo esta de valor menor e nosso espírito acaba por ser desvalorizado e esvaziado de sentido.

3) um ideal social não surge, onde diferenças imperam, onde “o deus de um é melhor que o de outro”, onde cristãos de diferentes religiões se matam, e assim não surge nada novo que esteja mais de acordo com as necessidades humanas. Claro, a questão não é somente religiosa, mas também religiosa, pois a religião é um dos instrumentos de alienação, comodismo, manejo da população.

Uma sociedade melhor não é hipócrita, é solidária e justa e deve aprender a pensar. Sermos fiéis a realidade nos trará uma grande liberdade interior, o que é necessário para a emancipação social.

Manipulação é manejo, serve bem para o gado, e talvez para os cordeiros de deus, mas não para uma sociedade saudável. Domínio é algo perigoso e nos leva a um tratamento aviltante de rebaixamento.


No formato social atual, seja ele político, ou religioso, as pessoas são ilegítimas e sofrem um grande sadismo não percebido por todos. A sociedade é rebaixada de forma até cruel. Tudo é conduzido de uma maneira que impede a organização, dificulta que as pessoas se unam e impede a organização por práticas de manipulação.

1) A sexualidade está repleta de morais cristãs que desrespeitam a individualidade, a preferência e condenam homossexualidade, etc. causando culpa, comoção psicológica e outros aspectos social e emocionalmente não interessantes para o desenvolvimento da humanidade. Platão compreendia por “Eros” uma força misteriosa que elevava o homem em beleza, bondade e perfeição. O “erotismo” atual é um descontrole sexual para satisfação imediata, o que é frustrante e demonstra uma regressão cultural.

2) A amizade que é ou deveria ser algo estável, deve voltar a ser afetuosa e compreensiva, substituindo a tecnologia que nos faz hoje sermos virtuais demais e compreendidos pelo Estado somente como números ou fontes de renda, seja em impostos ou na capacidade aquisitiva de bens;

3) O amor, que é também um instrumento social de proteção, deve ser comunitário. Vivemos em comunidade e devemos prezar pela nossa capacidade de tornar o social melhor, e estes valores devem superar o amor cristão, que acaba sendo pelo outro cristão quando isso acontece. O religioso em média, é uma espécie hipócrita condenável;

Manipula (o sistema) ou todo aquele que nos seduz, nos empurra realidades sem que forneça razões. Somos tratados como idiotas e arrastados a decisões e atos que favorecem a alguém ou a algum grupo específico, o que mata o valo social como um todo, pois busca interesses específicos.

Adiciono aqui a manipulação pelos meios de comunicação, via comerciais:

O que exatamente vendem? O que exatamente você compra?

Em comerciais de cerveja ou de carros, geralmente vemos belas mulheres. Elas normalmente nada dizem, apenas figuram, mostram-se como uma imagem agradável, sedutora. Estas imagens entram na mente das pessoas que tendem a comprar produtos pelo que viram, sem pensar: mas esta cerveja não me dará uma mulher bela, ou, o fato de comprar este carro, não me trará a bela modelo no porta malas. Para os que podem comprar, compram e sentem um tipo de frustração, para os que não podem, não compram e sentem frustração e revolta, outro aspecto social péssimo atraindo para uma realidade inexistente e superficial, fazendo parte da manipulação.

Idéias e atitudes impostas, sejam elas políticas, econômicas ou religiosas, são perigosas e configuram ideologia com força persuasiva. Como efeitos colaterais temos violência, risco de tirania, apatia, entre outros.

A manipulação serve para que nos tornemos consumistas (o que não é ecológico e é isento de lógica), para alienar o espírito e manter massas dominadas de forma fácil, e ambas se valem de diversos instrumentos para obter sucesso.

Quando as pessoas conseguirem ter boas idéias, convicções éticas lógicas e sólidas e vontade de se desenvolver, haverá mais solidariedade e passaremos a cuidar de uma estrutura mais social.

Em democracias o domínio é mais difícil ou dissimulado e em tiranias pode-se prometer vantagens em detrimento da liberdade, apesar da democracia não garantir tanta liberdade quanto prega que todos são mais livres do que a realidade mostra.

A linguagem é o maior instrumento de domínio e manipulação. Se pensarmos que a sociedade lê pouco, quase não pensa, tem dificuldade na interpretação de textos básicos ou do que está “escondido” no que lê, como devemos pensar nas pessoas que interpretam textos Bíblicos? Aquelas que vemos nos meios públicos de transporte, lendo uma Bíblia e te perguntando se pode ler um fragmento para você?

De tudo o que podemos mencionar a respeito de linguagem, a pior a ser questionada é a da Bíblia, pois é a que nos é apresentada de forma mais “pronta”, como verdade absoluta e inquestionável, e o Estado, apesar de “laico”, é bombardeado por decisões legais na verdade legitimadas por verdades morais da Bíblia, eliminando totalmente a realidade, como por exemplo na questão do aborto, homossexualidade, etc.

Manipulação é um tipo de mágica intelectual, e superar isso não é fácil. A manipulação é estrategicamente feita para iludir, e aquele que deve perceber o “fake” da questão, nem sempre está atento o suficiente. Heidegger já dizia que as palavras são na história, mais poderosas que as coisas e os fatos.

Uma grande demonstração do fato da força das palavras e da ausência do senso crítico é a capacidade destrutiva ou de manipulação dos boatos, e ainda, o convencimento pela repetição de mensagens e imagens pelos meios de comunicação, especialmente em períodos próximos a eleições. É suficiente ter um clima para a apresentação de erros, tratar tudo de forma superficial e transformar isso em verdade.

Fugir da manipulação é algo complexo, e quando pensamos em massas, pensamos em educação e metodologia. TODOS devem estar alertas à questão e às arapucas da manipulação, desenvolver um pensamento crítico e lógico. Um povo que não pensa é um povo entregue, rendido, e aceitar a Bíblia, como foi nos ensinado, sem questionar, como verdade, etc, é um grande erro.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

SEXUALIDADE, AMOR E CASAMENTO


Os padrões que conhecemos e adotamos para casamento são uma grande invenção da era burguesa.
A questão do amor, sexo e paixão, que de alguma forma fundamentam o casamento, é algo da modernidade e foi uma mudança social. Há um percurso tortuoso entre AMOR se transformando em CASAMENTO, salpicado pela questão do SEXO, com uma MORAL questionável quase sempre.
A questão não deve ser tratada de forma “Hollywodiana”, ou com impulsos dramáticos de Shakespeare, e também deve perder expectativas e idealizações absurdas, apesar dos diversos formatos que assume graças a novelas, filmes, idéias do senso comum que causam na verdade frustração por serem tão diferentes na vida real.
Devemos ter um padrão “universal” a dois para uma boa relação, sem idealização, com tolerância e tentativas de simbiose. A sociedade muda, valores mudam, tudo é mutável, então a relação também deve ser, porém buscando o bem de ambos.
O amor já foi desnecessário no casamento, e esta incorporação é relativamente recente, coisa que começou por volta do século XVIII, quando sexo começou a ser importante na relação. Antes, era natural e comum vier em adultério, sexualidade não era algo de prazer a dois, e no casamento, visava apenas a reprodução, fato que também sofreu grande mudança nos dias atuais, onde muitos casais optam por não ter filhos.
A fecundidade já foi algo indispensável ao casamento, da mesma forma, a total e absoluta fidelidade da mulher, e o adultério (da mulher é claro), podia implicar em abandono ou morte e a esterilidade levava ao repúdio total, ao isolamento nos “bons tempos medievais”.
Cristianismo, ah, o cristianismo... com a queda do Império Romano e a expansão do cristianismo no século V, a Igreja aos poucos vai tomando conta da questão do casamento, exercendo poder e tendo domínio sobre a questão. De pequenos e modestos rituais séculos mais tarde instituiu o casamento como “espaço legítimo para o sexo”, exclusivamente para procriação.
O cristão pregava (e dependendo do cristão de hoje, ainda prega) a virgindade, a castidade e a continência, na busca do reino dos céus.
Apenas no século XII o casamento foi sacralizado pela Igreja e tornou-se monogâmico e indissolúvel. Daí também, o rito saiu da casa e foi para a igreja e passou a ser realizado por um padre.
As castrações da igreja, as proibições ao prazer, aos métodos para evitar filhos, e outros, foram sendo superados e ignorados socialmente. Os cruéis véus de dominação da ilusão da igreja vão sendo substituídos por valores mais reais e necessários à felicidade.
A modernidade trouxe grandes mudanças, evoluções nas relações, e apesar de não responder ou solucionar todos os problemas possíveis em relações conjugais, trouxe a possibilidade de uma vida a dois com menos hipocrisia, ou até sem ela.
A pior parte da modernidade com relação a problemas está provavelmente na idealização e nos conflitos e frustrações que surgem a partir das expectativas.
Antes da moral cristã, a moral era estóica e também defendia a procriação como motivo para o casamento. Um sábio homem estóico devia amar sem paixão e ser marido e não amante. O amor com paixão devia ser buscado fora do casamento. Os cristãos usaram a moral dos estóicos e ultrapassaram o limite da castração do prazer.
O prazer pode ser obtido de diversas formas, porém em uma mesma relação, as variantes são poucas. Devemos manter o “amor-paixão” aceso, e o sexo deve ser prazeroso e freqüente para ambos sempre.
A relação deve ser igualitária com valorização da amizade na relação, na confiança e a última coisa para que o sexo deve servir é para a procriação.
O sexo é uma experiência única e afetivamente diferente para cada um de nós, ainda que em um mesmo relacionamento. É um complexo emaranhado de conceitos e valores sociais, morais, emocionais, traumáticos, religiosos, enfim, fenômenos que fazem com que apreciemos, sintamos e desejemos o prazer de uma forma definida. Uma vez que somos contaminados por valores de diversas fontes e de formas diferentes, as formas que damos ao sexo também difere segundo nossas ideologias e valores.
Vivemos períodos de grande repressão sexual, depois de grande liberdade sexual, depois retornamos a um novo período de repressão ou de medo sexual, e não podemos negar que elementos do gênero tem grande relevância em nossa transformação pessoal e culminam por regular a verdade livre de nossa sexualidade.
MUITOS dos que estão lendo este texto, sabem de alguém que se casou com 12 ou 14 anos, normalmente mulheres. Isso já foi normal. Novos discursos disciplinadores e legais, transformaram algo assim nos dias atuais em pedofilia.
Perceba, de forma alguma faço apologia à pedofilia ou estou de acordo com o ato, mas o desenvolvimento desse tipo de moral exacerbada acaba permitindo que pessoas que poderiam ser tratadas antes de cometer algum ato contra um menor, permaneçam escondidas cometendo crimes até um dia serem presas por um erro qualquer. Daí, existe um exagero na caça aos pedófilos.
Exceto a pedofilia, que é um problema real sim e deve ser combatido, mas não como tem sido feito, temos as opções sexuais de pessoas que gostam, por exemplo, de sodomia, perversões diversas, etc. Desde que nenhuma seja forçada a praticar atos contra a sua vontade, ninguém deveria ser discriminado.
O sexo é um ato de prazer, e quando existe com amor, melhor (opinião minha), porém, não deve e não pode ser transformado em controle, em dispositivo de discriminação, condenação, censura. Não podemos nos esquecer que há um elemento que TODOS prezam, porém não percebem quando condenam algo: LIBERDADE!
Na Grécia antiga existiu a bissexualidade, e hoje no século XXI temos o pluralismo sexual, uma evolução a meu ver, desde que possa ser escolha individual. Cada ser pode ter sua própria história, e esta pode ser diferente, então a diversidade deve ser respeitada.
Grandes mudanças vêm acontecendo. Amor, casamento, sexo, valores de intimidade, romance, individualismo a dois, etc. A emancipação feminina teve um grande papel, porém mesmo hoje ela parece ser carente de uma real afirmação, graças a certos conflitos e carências vividos por mulheres. Na verdade, independentemente do sexo, as pessoas andam perdidas em valores e emoções.
O sexo em uma relação onde obviamente existe amor, pode ser vivido em alguns momentos com paixão e em outros somente sexualmente. Ainda que paixão e amor não sejam demonstrados todo o tempo, saber que ele está presente é também uma variação aceitável e necessária muitas vezes. Como dizia o grande poeta: “beleza não se põe na mesa, mas eu não como no chão”, então muitas vezes, o fato de sentir desejo está sim diretamente relacionado à emoção e ao amor.
O casamento formal ainda hoje (em muitos casos) é hipócrita e de fachada, então o valor que se dá a ele, seja qual for a aparência que ele tenha, é o que realmente conta e o que faz dele belo.
Socialmente, hoje temos o casamento formal, consensual, heterossexual, homossexual, para procriar, para não ter filhos nem f... (literalmente), e todos são processos onde é possível haver amor e intimidade. A sociedade precisa se tornar tolerante e acolher todas as modalidades de relação amorosa, pois isso faz parte de evoluir, viver em paz e ser feliz.

VOCÊ ACHA QUE COM UM ANIMAL É DIFERENTE?


NUNCA SE ESQUEÇA DISSO!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

FATO SOCIAL - Durkheim


Durkheim descreve basicamente algumas características diferentes relacionadas a fatos sociais: a coerção social que é uma força que os fatos impõe aos indivíduos, sublimando sua vontade e escolha, como quando este fica submetido a um tipo de formação familiar ou a um certo código legal, a característica espontânea que surge de uma conduta qualquer com base em adaptação às estruturas do grupo ao qual pertence. O fato social é coletivo e geral.

O fato social é condicionador, interferindo e causando uma forma social de ação, determina normas, sendo estas jurídicas ou não, e padroniza um comportamento coletivo regrando a vida social.

Em Direito, podemos pensar sobre se este faz a realidade social ou se a realidade social faz o Direito. O Direito estipula e formula normas de comportamento e a realidade social também cria e modifica o direito.

O Direito e a forma de influência deste na sociedade e desta perante o Direito, mostram um tipo de comportamento, uma expectativa comportamental estipulada para a ação das pessoas.

Outro fato social muito cotidiano é a moda, que aparece em diversos setores da sociedade, relacionados a atividade política, econômica, social, religiosa, científica, regida pelo grupo em si e por concepções estéticas predominantes em um grupo ou época.

A moda, como quase tudo atualmente, encontra-se globalizada e é um grande negócio e fator de manipulação social, com o comando das indústrias da área e com grande influência dos meios de comunicação.

Não podemos nunca deixar de considerar a interdisciplinaridade quando pensamos em fato social, o que inclui entre outras coisas economia (capital, trabalho, terra) e todos os reflexos que causam na vida social.

Diversas áreas de Direito, como o Tributário, Financeiro, Direito Econômico, influenciam diretamente os meios de produção, os salários e legitimam as atitudes de mercado determinando todos os tipos de comportamento social.
Um aspecto muito curioso é o do suicídio como fato social. Em literatura podemos apreciar a predominância individual do suicídio, assim como na vida real. Claro, não podemos negar ou desprezar os motivos individuais e a psicologia da questão, como nos diz Durkheim:

“Visto que o suicídio é um ato do indivíduo que apenas afeta o indivíduo, dir-se-ia que depende exclusivamente de fatores pessoais e que o estudo de tal fenômeno se situa no campo da psicologia. E, aliás, não é pelo temperamento do suicida, pelo seu caráter, pelos seus antecedentes, pelos acontecimentos da sua vida privada que normalmente este ato se explica? “(DURKHEIM, 1983: 168)

Mas, se explicarmos o suicídio apenas com fatores psicológicos, a sociedade perderá a responsabilidade pelo fato. Quantos Werther de Goethe existem, existiram e existirão ainda? Nem todos que sofrem por amor se matam, ou por outro motivo qualquer, então, a questão pode ser respondida socialmente. Durkheim em seu estudo sobre o suicídio demonstra que trata-se de um fator social sem desconsiderar a psicologia, porém enfatizando fatores sociais.

“As razões com que se justificam o suicídio ou que o suicida arranja para si próprio para explicar o ato, não são, na maior parte das vezes, senão as causas aparentes. Não só não são senão as repercussões individuais de um estado geral, mas exprimem-no muito infielmente, dado que permanecem as mesmas e que ele difere. Estas razões marcam, por assim dizer, os pontos fracos do indivíduo, através dos quais a corrente que vem do exterior para incitá-lo a destruir-se se introduz mais facilmente”.

Resumidamente, as condições sociais explicam a manifestação do fenômeno suicida que aparece de diferentes formas em diversas sociedades.
Quanto maior a integração do indivíduo em sociedade, mais freqüente é o suicídio altruísta. “Quando desligado da sociedade, o homem se mata facilmente, e se mata também quando está por demais integrado nela”, afirma Durkheim.

Influências sociais que causam determinados tipos de atitude e comportamento, seja por coerção ou apenas influência social, são fatos sociais e merecem especial atenção.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

PENSAMENTOS



"A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem." (Arthur Schopenhauer)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

BORIS - In Memoriam




Primeiro o Simba que despediu-se de forma triste, magro, doente e abandonado. Por várias razões, não estive presente em seus últimos momentos e me despedi dele ainda em vida, momentos antes do instante final. Assim como você, ele foi um ser excepcional, e jamais me esquecerei daquilo que vivi com ele e por ele. Depois, somente depois, foi me dito que ele faleceu sozinho, apenas na companhia de um veterinário. Pena, não queria tê-lo deixado só, eu teria sofrido, mas teria ficado até o último instante, até o último suspiro, até a última lágrima.
Aproximadamente dois anos depois chegou a sua vez.
Sinto sua falta Boris, tenho tantas lembranças, memórias de todos os tipos. Foram uns 12 anos de convivência, risos, carinhos, você com sua cara de doce e de bravo, de ranheta e de amigo.
Talvez de alguma forma, eu seja egoísta e pense que eu, apesar de estar vivo, poderia beber do rio que se encontra no Hades para não ter lembranças dolorosas, mas isso não te honraria e também não honraria o Simba.
Então, sinto a dor da perda, a certeza de que jamais nos veremos, e que este fim deixou tanto de bom em nós durante todos estes anos. Palavras, palavras, registro o que penso e sinto sabendo que não se destina a você, mas a pessoas que eventualmente venham a ler o texto e desta forma saibam como você foi importante em minha vida e que apesar de sua ausência, tem que continuar.
O fim é o fim, nada além do fim. Nossa finitude, tão clara em momentos como os de hoje, mostram no mínimo a importância da vida e o respeito que devemos ter com todas as formas. Eu e você querido Boris, éramos de espécies diferentes, mas tínhamos muita importância em um mundo que parece não notar o valor da vida.
A imortalidade não existe Boris, mas enquanto algumas pessoas que te amaram e cuidaram de você ainda viverem, você será sempre lembrado com ternura. Não há divino, você estava no topo de qualquer divindade possível como representante da coragem de viver, apesar de limitações, castigos e maldades, que você viveu e sofreu pelas mãos de outros e ainda assim sobreviveu por tanto tempo.
Não tenho méritos, não sou digno sequer de ter tido seu afeto, mas tentei te dar o melhor que pude, respeitando as outras vidas da sua espécie que aqui residem. Lamento Boris, queria ter podido ser melhor, mas é um esforço eterno ser emancipado, evoluir, e muito daquilo que já consegui atingir, devo também a você ter existido e feito parte de minha vida.
Hoje senti sua dor, dividi seus últimos momentos tentando de alguma forma lhe mostrar que o melhor da vida já havia terminado, e que nossos últimos momentos juntos estavam para cessar.
Sem opção meu querido, não há um deus, eu não era um deus, e os limites da medicina não permitiram que nada mais fosse feito.
Meu único pedido foi terminar um sofrimento sem sentido, da forma menos dolorosa possível.
Querido Boris, você está na lista dos seres mais importantes que já conheci e por diferentes motivos, perdi.
Irei superar a perda, não terei lágrimas para sempre, mas elas surgirão às vezes em muitas das lembranças que terei durante o resto de minha vida, assim como ainda é com o Simba e tantos outros seres importantes de minha vida.
Um grande beijo amado Boris. Não nos veremos mais, mas um dia, assim como você, eu também deixarei de existir.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Fitna - Desmascarado - O outro lado...

O "melhor" de tudo, é que não pode-se negar que o Islã não prega a paz. No final, ambas as partes estão erradas. Façam a própria avaliação mas no fundo, religião acaba sendo apenas algo danoso e instrumento de alienação e manipulação e conseguem se legitimar ou defender apenas com a retórica.




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Fitna - Um filme proibido

“Fitna é um curta criado por Geert Wilders – político holandês, líder do (Partido da Liberdade - PVV). Fitna entrou na Internet em 27/03/2008 e foi retirado horas depois graças ao conteúdo racista e que incita o preconceito religioso contra os muçulmanos.
O vídeo é uma série de recortes de jornal, fotos, imagens de televisão e trechos do alcorão, que evidenciam propostas terroristas'' ainda bem que agora não é possível realmente eliminar coisas da internet.

O curta mostra a “realidade” de alguns muçulmanos que usam o Alcorão de maneira errada, tornando-a uma religião do medo, acontecendo assim uma manipulação em massa, apesar da religião ser sempre usada para manipular e alienar, sem excessões.

Destaco ainda, que tal atitude não é exclusiva dos muçulmanos, sendo que cristãos durante séculos também usaram a bíblia e a 'palavra de Deus' para cometer atos bárbaros por intolerância e ignorância, o que ainda nos dias de hoje é realidade, ainda que de maneira mais "suave".







De qualquer forma, o vídeo foi retirado logo da "internet", o que configura um atentado direto à liberdade. Veja o texto abaixo:

Remoção do Filme “Fitna” - Anúncio Oficial do LiveLeak

“Depois de ameaças ao nosso staff de natureza muito grave, e algumas reportagens mal-informadas de certos cantos da mídia britânica que poderiam ameaçar a integridade de alguns de nossos funcionários, LiveLeak.com não teve escolhas a não ser remover Fitna de nossos servidores.

Este é um dia triste para a liberdade de expressão na Internet mas precisamos colocar a segurança e o bem-estar de nosso staff acima de tudo. Nós gostaríamos de agradecer s milhares de pessoas de todas as filosofias e religiões que nos deram seu suporte. Elas perceberam que o LiveLeak.com é um veículo para muitas opiniões e não apenas para o suporte de apenas uma.

Talvez ainda haja esperança para que esta situação possa produzir uma discussão que traga benefícios e eduque todos nós sobre como devemos aceitar a cultura uns dos outros.

Nós lutamos por tudo o que nós acreditamos, a abilidade de ser ouvido, mas no final o preço foi alto demais.”

Os muçulmanos que ameaçaram a integridade dos funcionários do LiveLeak apenas mostram que tudo o que aparece no filme é a realidade e que o Islã não é uma religião de paz."

quarta-feira, 30 de julho de 2008

ABORTO II

29/07/2008 - 08h47
Quase 15% das grávidas usam abortivos, diz estudo
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CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

"Quase 15% das gestantes brasileiras usam produtos abortivos, revela uma pesquisa da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), recém-publicada em uma revista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), com 4.856 grávidas de seis capitais brasileiras. Chás de ervas, anticoncepcionais de alta dosagem e misoprostol (Citotec) foram os métodos mais usados pelas mulheres.

Durante o trabalho, os pesquisadores avaliaram quais dessas substâncias estavam relacionadas a uma maior incidência de má-formações fetais e descobriram que o misoprostol aumentou em 2,64 vezes o risco de o bebê ter problemas congênitos, como defeitos nos sistemas nervoso (meningomielocele e microcefalia) e musco-esquelético (pé torto).

Isso ocorreria porque a substância interfere no desenvolvimento normal da vascularização do embrião ou do feto.
Desde o início dos anos 90, o uso do misoprostol (criado originalmente para tratar úlcera gástrica e que teve venda proibida no Brasil) tem sido o principal meio para a realização de abortos no país. Estudos revelam que de 50,4% a 84,6% das mulheres que cessaram a gestação utilizaram o medicamento.

O estudo da UFRGS, que teve por objetivo primário investigar a incidência da diabetes gestacional, envolveu mulheres com mais de 20 anos, entre a 21ª e a 28ª semanas de gestação, atendidas em unidades de assistência pré-natal vinculadas ao SUS (Sistema Único de Saúde) em Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Entre as que relataram o uso de substâncias abortivas, --muitas o fizeram para induzir a menstruação e descobrir se estavam grávidas, outras desejavam abortar-- 34,4% afirmaram tomar chás de ervas, 28,3% utilizaram hormônios sexuais e 17%, misoprostol.

O uso de hormônios sexuais de alta dosagem (ginecoside, por exemplo) com fim abortivo foi o segundo maior fator de risco para as má-formação. Os bebês das gestantes que os usaram tiveram 2,2 vezes mais chances ter anomalias.

"As anomalias congênitas, causadas ou não pelo uso de medicamentos durante a gestação, vem contribuindo com uma proporção crescente de casos nos índices de mortalidade infantil", diz a farmacêutica e professora da UFRGS Tatiane da Silva Dal Pizzol, uma das autoras do estudo.

Ela diz acreditar que os números de anomalias encontradas no trabalho podem estar subestimadas por terem sido considerados só os diagnósticos dos médicos que acompanharam o nascimento dos bebês. Dal Pizzol diz que a alguns defeitos neurológicos podem se manifestar após dias ou meses.

A farmacêutica diz que o trabalho não encontrou associação entre os chás abortivos e as anomalias fetais, embora essas substâncias sejam tóxicas. Uma explicação, segundo ela, está no fato de que há uma grande variedade de chás e não foi possível encontrar um número significativo de gestantes que tenham ingerido o mesmo tipo --critério fundamental."

Sem muitos comentários! A proibição do aborto é realmente precisa e está de acordo com a realidade?
Que tal legalizar o aborto e permitir o acesso de todos aos métodos anticonceptivos?
Se algo estiver errado nisso, que "Deus" puna os culpados, uma vez que não é capaz de cuidar dos que nascem sem a menor condição de vida. CHEGA DE HIPOCRISIA!

terça-feira, 15 de julho de 2008

Zeitgeist - Para assistir e pensar



Zeitgeist é uma palavra alemã, traduzida como “espírito do tempo”. O Zeitgeist é em resumo, o nível de desenvolvimento e avanço intelectual e de cultura do mundo em uma época.
O filme, com aproximadamente duas horas (feito especialmente para quem gosta de conspirações) tenta mostrar como o paganismo e outras religiões, crenças e mitos influenciaram o cristianismo.
Acredito que tudo deve ser visto e avaliado com senso crítico e também pesquisado para confirmação de veracidade dos fatos. Nada, NADA daquilo que recebemos “pronto”, assim deve ser aceito sem questionamentos ou base real.
É um filme que no fundo, questiona nosso modo de ser e indiretamente mostra o que é preciso para mudar o mundo e nosso meio de vida.
Trata-se de uma trilogia abordando os temas: Cristianismo, Terrorismo e a Economia, como grandes responsáveis pela manipulação da humanidade. Questiona-se o Jesus, que poderia ser plágio de diversas outras crenças, o terrorismo, utilizado pelas religiões e na política com finalidades de manipulação, e o fator econômico, centrado nos banqueiros internacionais, mas que na verdade deve ser visto como parte de todo um sistema capitalista de mundo.
É muito difícil comparar os fatos narrados com materiais disponíveis para comprová-los, porém na parte que trata de Cristianismo, talvez até por ser a mais antiga, é mais fácil de ser verificada.
De qualquer modo, não podemos negar que nos tornamos extremamente egocêntricos e isolados do mundo, e que estamos banalizando e aceitando um mundo que poderia ser de melhor forma construído por nós e para nós e ainda, que religiões, racismo e vários outros “ismos” colaboram para um mundo menos feliz dificultando a emancipação do homem para algo realmente bom.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

MÉTODO - FILOSOFIA E NIETZSCHE


Nietzsche tinha especial preocupação com o conhecimento histórico e realizou críticas contra a historiografia preponderante na Alemanha de sua época. Desde a obra “Humano demasiado humano” de 1878, sustentou a importância de pensar a problemática moral historicamente.
Então, compreender o significado da história, e a falta de “historicização” da filosofia, dificulta o compreender a história e a própria filosofia.
O fundamental no método genealógico, é considerar tudo, desde as instituições, os hábitos, a política, a religião e a arte, as elaborações intelectuais, como algo a ser compreendido de forma diacrônica, ou seja, estudar os termos coexistentes e suas relações, especialmente nos termos sucessivos que com o tempo vão sendo substituídos e se transformando.
Para Nietzsche, as formas e usos das coisas sofrem transformação de sentido e impedente tentativas totalizantes de definição (Genealogia da Moral, II, 12, p.66).
Nietzsche afirma na Genealogia: “definível é apenas aquilo que não tem história” (Genealogia da Moral, II, 13, p. 68)
As pessoas retomam significados em diferentes períodos históricos, com necessidades e finalidades diferentes das originais que tornam-se ocultas, e passam a adaptar-se às necessidades das forças e poderes atuantes no momento.

Desta maneira, Nietzsche aborda aspectos de suma importância, como:

a negação de uma ontologia que busque a necessidade do absoluto e a afirmação do devir estar em tudo.
dando um sentido à linguagem como possuidora de uma origem e que esta historicamente atende a configurações específicas do poder.

Levar e conta e desconfiar da linguagem, uma vez que como referência para o conhecimento seguro das coisas, ela não é segura.

Pensar história para Nietzsche é considerar manter o rigor histórico em sua realização.
Genealogia da Moral de 1887 é um marco que concretiza o “método” genealógico da filosofia de Nietzsche.
Em o Humano demasiado humano de 1878 ainda não aparece o uso da “genealogia”, e ele trata de forma mais clara a “filosofia histórica”, Nietzsche desenvolve a realização de um projeto e de uma “filosofia histórica”. O olhar histórico vai sendo incorporado gradativamente e o método genealógico, a partir de suas reflexões acaba por florescer em 1877.
Nietzsche, em Humano demasiado humano de 1878 pela primeira vez posiciona suas investigações filosóficas com bases firmes em história, quando surge a necessidade do “sentido histórico” para a realização de investigações filosóficas.
Ele critica os métodos filosóficos investigativos sem fundamentação em história em momentos onde denomina sua crítica contra a “filosofia metafísica”, evidenciado especialmente em seus aforismos 1, 2, 11 e 16 da obra Humano demasiado humano.
Escrevendo contra a “filosofia metafísica” no aforismo 1, ele afirma que se faz necessário um novo “método filosófico”, que ele denomina de “filosofia histórica” e finalmente no aforismo 11, ele questiona a linguagem como referência segura para adquirir conhecimento.
Para Nietzsche, toda a metafísica comete um grande erro desconsiderando o valor do vir a ser. Despreza o “mundo conhecido por nós”, o “mundo dos fenômenos” para os metafísicos, o que para nós se chama vida e experiência.
É como se não houvesse interesse no valor de importância do devir para o conhecimento do homem e do mundo. É como tratar a metafísica como ligada à necessidade de penar a verdade como sendo exata e absoluta, na busca de verdades eternas, desconsiderando totalmente o valor do devir, que é intrínseco para o conhecimento.
Voltando à origem, ao passado histórico da metafísica, a filosofia histórica mostra que a metafísica está dentro da história, dentro do campo histórico de representações, que inclui atribuir significados e atribuições humanas às coisas e ao mundo, criando palavras, conceitos e nomeando as coisas.
O mundo é como é, por herdarmos uma configuração pronta das coisas, uma forma de ver que vem de outras representações tecidas pelo pensamento passado.
Entre os motivos para cada uma das configurações em diferentes momentos da história estão: exigências morais, estéticas e religiosas, cega inclinação (senso comum), paixão ou medo, o intelecto dos homens, os maus hábitos e o pensamento ilógico.

Estes são para Nietzsche os motivos para a introdução nas “coisas” em nossa concepção fundamental, sendo para ele a metafísica uma expressão da atividade pictórica do homem, e este sendo aquele que fez aparecer as concepções metafísicas (o fenômeno”, a “coisa em si”.
Assim, os metafísicos ao invés de caminhar para descobrir novos significados verdadeiros eternos, estariam se afastando da percepção de verdade do homem e do mundo gerando novas representações.
Segundo Nietzsche, o “passado grandioso” é terrível e profundo de significado e cheio de alma, colorido pelos homens, o que nos mantém em um campo limitado e delimitado, envolvendo nossos atos no presente e nos mantendo aprisionados.
Um método filosófico deve considerar muitos elementos para que possa ser construído sem dogmas. O passado importa, o futuro importa, mas a busca da verdade e do conhecimento também devem ser feitas levando-se em conta nossas próprias limitações, que devem sempre ser superadas, assim conseguindo criar novas relações com as coisas e com o mundo, compreendendo melhor toda e qualquer relação.
O verdadeiro filósofo e o “verdadeiro filosofar” deve contrapor perspectivas, deve utilizar-se de diversos meios, e não deve criar dogmas. A visão deve ser ampla, abrangente e olha para todos os lados, por dentro e por fora, e considerar toda e qualquer possível perspectiva.
O perspectivismo exige termos os prós e contras sob nosso controle e utilizar a diversidade. O método de Nietzsche não é apenas perspectivista, é também experimentalista, mas tratar de um problema não pode ser nunca algo pronto, completo, finalizado, deve ser provisório e permitir espaço para novas interpretações.
Um dos grandes valores do método, é a estratégia onde o argumento não é provar de forma racional e lógica que o que diz é a verdade, mas alertar e mostrar que aquilo em que nossas crenças tem base pode não ser confiável. Algo óbvio deve nos trazer a suspeita para a revisão de nossas crenças, por mais simples que sejam, pois o intelecto produz erros.
Paradoxalmente, Nietzsche nos mostra que muitas vezes, não é a vontade de conhecer que “incomoda”, mas o não conhecer que torna-se a questão válida.
Revelar realmente um “método”, que eu possa considerar como sendo o mais importante, seria limitar a capacidade na busca da verdade. Pessoalmente, elimino a maior parte da metafísica como ciência destinada à busca da verdade, porém vejo em diversos métodos, validade na busca de respostas para a problematização do mundo e da própria filosofia.
O problema do método filosófico compreende diversas investigações históricas e sistemáticas e devemos pensar nelas desde Platão até os dias atuais. Encontraremos diferentes abordagens e sistemas, onde o importante sempre será e estará nos efeitos e alcanças que determinado método nos dará com relação a determinado problema. Apesar da tendência de “autonomia” entre os métodos, na verdade existe e deve existir uma mescla entre os mesmos, possibilitando extrair-se o que há de melhor e mais necessário em cada um deles na busca de conhecimento.
Seja por uma perspectiva dialética, transcedental, hermanêutica, analítica ou outra qualquer, a reflexão deve ser ampla, plural e perseguir o objeto do pensar, onde o conhecimento deve buscar conhecer a si mesmo de forma plena, sem que exijam idéias fixas, dogmatização e outros elementos que tragam bloqueios ao desenvolvimento do pensar.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

ABORTO




São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2008 – Folha de São Paulo COTIDIANO


“Câmara derruba projeto que legaliza aborto - Pelos projetos, deixaria de ser crime aborto feito em gestações de até 90 dias; hospitais públicos teriam de realizar o procedimento.

Durante quase três horas, os projetos 1.135, de 1991, e 176, de 1995, foram objeto de discursos pró e contra que misturaram direito e convicções religiosas.”

“O momento mais polêmico foi quando o deputado evangélico Carlos Willian (PTC-MG) tirou de uma caixa duas bonecas e um caixão de criança e gritou para a platéia: "Vocês querem matar essas crianças?".

“Antes da cena, Willian comparou o abortamento com recentes crimes ocorridos contra crianças no país -Isabella Nardoni, jogada da janela, e João Roberto Amorim, baleado no domingo no Rio, em crime atribuído a policiais militares.”

É interessante observar, que as religiões não conseguem por si só IMPOR suas próprias “leis e vontades”, necessitando de todo um aparato jurídico demonstrando enorme hipocrisia nas possibilidades de soluções a médio e longo prazo. Não bastaria que seus fiéis fossem obedientes às regras impostas pelas religiões? Por que se faz necessário a imposição também legal para a questão?

Desprezam primeiramente, a liberdade real que todo cidadão deve ter em fazer suas próprias escolhas e mesmo com a existência de um tal livre-arbítrio, exigem leis de proibição. Apresentam exemplos idiotas como Isabella Nardoni e outros, que se popularizaram graças aos meios de comunicação e despresam o sofrimento de um mundo de crianças abandonadas e rejeitadas pelas famílias. Aborto sim, para quem quiser fazer, que deve ser feito em hospitais públicos, pois trata-se de um problema social, sem a hipocrisia de abortos caseiros ou realizados em clínicas clandestinas. Religião está entre as instituições mais conservadoras e hipócritas que existem.

"Aquele que teme a Deus e ama ao próximo não tem que se limitar a um debate jurídico." A frase, do deputado Jorginho Maluly (DEM-SP), foi uma das que deram o tom religioso.

Ainda que exista um “Deus”, ele não é o mesmo para todos e está ausente das soluções e causa problemas. Não se pode e não se deve impor um deus ou uma religião a toda uma sociedade, pois isso afeta a liberdade religiosa (ou não).

“A maior parte das pessoas presentes, no entanto, era contrária às proposições. Havia quem rezasse o terço e distribuísse revistas católicas.”

Levando-se em contata a realidade e os problemas existentes, desprezando-se todos os mitos e semelhantes, podemos facilmente constatar que:

1) Precisamos de campanhas de conscientização para a questão da natalidade, onde o estado e toda a sociedade devem ensinar os métodos anticoncepcionais;
2) Legalizar o aborto, pois são inúmeras as situações onde ele é necessário, e quando não realizado em hospitais ou clínicas, acaba sendo feito de forma caseira ou ilegalmente em clínicas sem estrutura por médicos desqualificados;
3) A esterilização também deve ser divulgada e estar disponível para homens e mulheres no serviço público de saúde.

Além do aspecto humanitário compreendido no direito ao aborto e conhecimento dos meios de anticoncepção, pois crianças indesejadas acabam se tornando na maioria das vezes crianças de rua, bandidos, etc, o mundo também agradecerá por uma menor taxa de natalidade com as medidas acima relacionadas.



Seria interessante que as igrejas evangélicas e católicas recolhessem TODAS as crianças abandonadas e adotassem as rejeitadas que poderiam ter sido evitadas por aborto, então sim o discurso passaria a ter um pouco de sentido.

domingo, 6 de julho de 2008

Religião e Capitalismo


Maximillian Carl Emil Weber é considerado um dos fundadores da Sociologia. Nasceu em Erfurt a 21 de Abril de 1864 e faleceu em Munique em 14 de Junho de 1920. Foi economista, jurista e intelectual alemão. Casado com Marianne Schnitger que era socióloga e historiadora de direito.
Seu pai era protestante e uma figura autocrata. Sua mãe uma calvinista moderada. A mãe de Helene tinha sido uma huguenote francesa, cuja família fugira da perseguição na França.
Conhecido especialmente por seu trabalho sobre a Sociologia da Religião, juntamente com Karl Marx e Emile Durkheim, é um dos modernos fundadores da sociologia.
Max Weber é autor da Ética protestante e o espírido do Capitalismo, assunto que quero abordar com alguma profundidade, dada a importância que o capitalismo assume no formato em que o vivemos especialmente nos países “em desenvolvimento”. A obra em questão é um ensaio sobre as religiões e a afluência de seus seguidores. Apesar de subjacente á obra de Weber estar a realidade da Alemanha no início do século XX em termos econômicos, é muito válida mesmo hoje, uma vez que o atual quadro social é fruto e ainda é influenciado pela religião.
Weber também desenvolve um pensamento crítico e claro sobre a política, em um ensaio sobre política como vocação, onde coloca o estado como essencial no pensamento da sociedade ocidental, onde ele tem o monopólio e é livre com legitimação para atuar de forma coercitiva, onde então, política passa a ser a produção do poder.
Weber cita “a verdadeira ética católica”, como sendo a ética do Sermão da Montanha, para quem não lembra, a questão de “oferecer a outra face” não mais existindo em um político. Uma ética como a mencionada se relaciona a um santo e não a um político, e este por sua vez, se distancia dos governados e é apenas governante, esposando a ética dos fins últimos e também a da responsabilidade.
É inegável a influência da religião na vida política, social, valores, moral, etc. O pensamento católico durante séculos manteve o mundo economicamente estático. A ideologia católica do convencimento, bem mais típico de economias tradicionais, pregava que a riqueza deveria ser distribuída de forma a mais eqüitativa possível. A crítica implacável à figura do usurário é um símbolo da atitude católica durante um longo período. Claro, questões assim não se aplicavam à própria igreja (e ainda não se aplicam), mas a idéia aqui é compreender a sociedade e a forma que esta sofre influência religiosa na economia e em suas relações.
Surge então a cultura protestante e o “esprírito do capitalismo”, que passam a relacionar tudo à predestinação baseadas em uma idéia de que Deus determinou e decretou o destino de todos os homens. Surgem com os protestantes idéias mais fortes de sinais sobre a vida sendo determinada já com os “eleitos” de Deus e os predestinados à danação.
Uma grande diferença que surge entre o tipo de abordagem que a religião causa no universo social:
Para os católicos, existem elmentos atenuantes que lhes permite cometer erros e deslizes, além da pregação da “gratuidade” no seus atos, que podem e deve ser feitos por qualquer um para qualquer um, mas para os protestantes, destacando-se aqui os calvinistas, é exigida uma comprovação para ser eleito de Deus e vive-se enormes limitações e restrições relacionadas à liberdade do fiel com relação a seus atos e a seu racionalismo. A visão de mundo proposta pelos protestantes é uma iluminação pela santificação e cada ato do cotidiano conta, o que faz com que o trabalho tenha grande valor e enaltecimento, visto também como pontuação na tal santificação, o que permite que a ética protestante e o espírito capitalista convivam de forma articulada.
Os atos racionais que temos com relação a um objetivo são determinados por aquilo que espearamos do comportamento, o que é válido para o mundo exterior e também com relação a outros homens, então, todos passam a buscar e perseguir objetivos transformando-os em metas principais. As religiões influenciam diretamente o modo de busca.
O ato, a ação racional, é um valor definido pela crença “consciente” em um valor impenetrável, que pode ser: ético, estético, religioso, entre outras formas de conduta. É um agir que assume riscos, é fiel à sua “honra”, seja ela qual for e à sua crença, e esta toma conta de sua consciência, e o homem comete atos tendo a crença como base, como por exemplo o capitão que afunda com o seu navio.
Para Weber, a ciência positiva e racional pertence ao processo histórico de racionalização, sendo composta por duas características que comandam o significado e a veracidade científica. Em que estas duas características são o não-acabamento essencial e a objetividade, em que esta, é definida pela validade da ciência para os que procuram este tipo de verdade, e pela não aceitação dos juízos de valor. Segundo ele o não-acabamento é fundamental, diferentemente de Durkheim que acredita que a Sociologia é edificada em um sistema completo de leis sociais.
Weber por sua vez defendia que para todas as disciplinas, tanto as ciências naturais como as ciências da cultura, o conhecimento é uma conquista que nunca chega ao fim. A ciência é o devir da ciência. Seria necessário que a humanidade perdesse a capacidade de criar para que a ciência do homem fosse definitiva.
A objetividade do conhecimento é possível, desde que se separe claramente o conhecimento empírico da ação prática. Segundo Weber essa é uma atitude que depende de uma decisão individual do pesquisador, ou seja, os cientistas devem estar dispostos a buscar essa objetividade.
Na concepção dos autores Weber e Durkheim, há uma separação entre ciência e ideologia. Para Weber também há uma separação entre política e ciência, pois a esfera da política é irracional, influenciada pela paixão e a esfera da ciência é racional, imparcial e neutra. O homem político apaixona-se, luta, tem um princípio de responsabilidade, de pensar as conseqüências dos atos. O político entende por direção do Estado, correlação de força,
A sociologia de Max Weber se inspira em uma filosofia existencialista que propõe uma dupla negação. Nega Durkheim quando afirma que nenhuma ciência poderá dizer ao homem como deve viver, ou ensinar às sociedades como se devem organizar. Mas também nega Marx quando diz que nenhuma ciência poderá indicar à humanidade qual é o seu futuro.
A ciência weberiana se define como um esforço destinado a compreender e a explicar os valores aos quais os homens aderiram, e as obras que construíram. Ele considera a Sociologia como uma ciência da conduta humana, na medida em que essa conduta é social.
Se a sociedade nos impõe valores, isso não prova que ela seja melhor que as outras. Sobre o Estado, o conceito científico atribuído por Weber constitui sempre uma síntese realizada para determinados fins do conhecimento. Mas por outro lado obtemo-lo por abstração das sínteses e encontramos na mente dos homens históricos.
Apesar de tudo, o conteúdo concreto que a noção histórica de Estado adota poderá ser apreendido com clareza mediante uma orientação segundo os conceitos do tipo ideal. O Estado é um instrumento de dominação do homem pelo homem, para ele só o Estado pode fazer uso da força da violência, e essa violência é legítima, pois se apóia num conjunto de normas (constituição). O Estado para Durkheim é a instituição da disciplina moral que vai orientar a conduta do homem.
Weber tem a religião como tema muito presente em seus trabalhos. “"A ética protestante e o espírito do capitalismo" é uma grande obra abordando o tema. A intenção era compreender as implicações das orientações religiosas na conduta econômica dos homens, procurando avaliar a contribuição da ética protestante, em especial o calvinismo, na promoção do moderno sistema econômico.
O desenvolvimento do capitalismo para Weber devia-se em grande parte ao acumulo de capital, ainda na Idade Média. Os pioneiros do “novo capitalismo” faziam parte de seitas puritanas levando uma vida pessoal e familiar rígida. Graças às convicções religiosas esses puritanos acreditavam que o êxito econômico era uma benção de Deus.
A definição de capitalismo se dava pela existência de empresas com o objetivo de produzir o maior lucro possível e onde o meio para isso era a organização racional do trabalho e da produção. A união do desejo de lucro e disciplina racional são a constituição básica do capitalismo.
Vale a pena pensar na influência da religião, especialmente das pentecostais, que ainda hoje, ou especialmente hoje, usam de todos os meios para tornar os meios de produção mais distantes dos “não eleitos”.

NARRATIVAS MITOLÓGICAS, FILOSÓFICAS E RELIGIOSAS




O sagrado é muitas vezes citado pelos mitos e as relações entre os seres e o mito é feita por ritos. O mito narra como Seres Sobrenaturais criam uma realidade que passa a existir. Mitos revelam sua atividade criadora em suas obras.
Sendo o mito também sagrado, ele conta “histórias verdadeiras” e se refere a realidades vividas por pessoas. Mitos cosmogônicos são “verdadeiros”, pois o mundo aí está para comprová-los.
O mito, nas civilizações primitivas era indispensável e exprimia crenças, impunha valores morais, e oferecia regras para a orientação do homem.
Na cultura judaico-cristã sobre a Origem do Mundo, este foi criado pela ação de Deus:
- O mundo foi feito em seis dias, sendo o 7º dia para o descanso: 1ºdia: a Luz é criada; 4ºdia: são criado os astros e as estrelas; no 6ºdia: são criados os animais domésticos e o ser humano. No 7ºdia: o Criador abençoa a criação e descansa.
O próprio mito dita um ritmo de tempo, onde o trabalho também é uma criação de Deus, então, devemos trabalhar 6 dias e descansar um.
Outros mitos cosmogônicos buscam explicar a origem do universo. Na antiga Babilônia, o mito de Enuda Elish, fala sobre Marduk, a divindade protetora, e como o ser humano foi criado pelos deuses.
O mito do Ovo Cósmico na China relata um período em que só havia o caos que estava dentro de um ovo, onde estavam os princípios fundantes Yin e Yang, masculino e feminino, que entram em conflito, quebram o ovo e daí surge Pan-Gu, o primeiro ser, que tinha a missão de manter o céu e a terra separados. Exausto, Pan-Gu morre e, de suas pulgas, nasceram os seres humanos.
Na Grécia, o Cosmos surge de elementos preexistentes.
As convicções profundas de determinada cultura fazem com que o mito, como linguagem humana, seja sempre veículo da expressão do povo e de suas crenças.
Um dos mais populares mitos, o da maçã, é usado na Bíblia, porém esta não fala de maçã, e sim de fruto proibido (Gn 3,1-6). Então de onde surge a maçã? Entre os mitos gregos, há o seguinte: Em uma festa de casamento no Olimpo, Érida, a deusa da discórdia, mandou uma maçã de ouro às convidadas com a inscrição “para a mais bela”, o que criou rivalidade entre deusas. Em um mito escandinavo, a deusa Idun tinha posse da maçã da imortalidade e aquele que a comesse se tornaria um deus. Loki, pai da mentira, podia assumir a forma de uma serpente, atraiu Idun para as arvores na floresta e lhe roubou a maçã, então os deuses perderam seu poder de imortalidade. Os Celtas, na Bretanha, acreditavam que a ilha de Avalon era o jardim das maçãs. Quem lá entrasse e provasse do fruto se tornaria imortal.
O mito é contemplativo e a filosofia aparece questionando o mito. A Filosofia passa a ser uma reação intelectual para o caos que ameaça a inteligência e a vida.
Não somos apenas seres pensantes e agimos no mundo, nos relacionamos com outros humanos, com a natureza, coisas, presenciamos e causamos fatos, demonstramos e interagimos pela linguagem, gestos e ações.
A filosofia e as reflexões filosóficas estão diretamente ligadas à realidade, a tudo que nos cerca, a aquilo que pensamos e dizemos, e em todas as ações que temos nas relações com o mundo.
Podemos organizar a reflexão filosófica em conjuntos de perguntas, como: O que pensamos, dizemos e fazemos? O que queremos pensar e de que forma e o que dizemos a partir daí? Qual a finalidade do que pensamos e dizemos?
E as perguntas, podemos resumir em: O que é pensar? O que pensamos conseguimos transformar em verdade e conhecimento?
Basicamente, questionamos a essência, o significado, a origem e a estrutura das coisas.
A reflexão que podemos e devemos ter, sobre o por que, o que, norteando nossos atos de pensar devem ser perguntas sobre a capacidade e finalidade do homem em obter conhecimento e ter atitude.
Filosofia é um pensamento sistemático com indagações fundamentais que não ocorrem ao acaso graças às nossas preferências e opiniões. Não é um "eu acho" ou "eu gosto".
A Filosofia trata de enunciados com precisão e rigor, procurando seqüência lógica obtida com método demonstrativo e prova, precisando de fundamentação racional. Assim, busca visão crítica de si mesma, substituindo o "eu acho que" por afirmações do tipo "eu penso que".
A Filosofia busca questões próprias válidas que exigem respostas válidas, verdadeiras, relacionadas entre si, que sejam demonstradas e provadas racionalmente.
Graças à filosofia e ao desenvolvimento da ciência em geral, temos hoje a possibilidade de apreciar descobertas científicas que vão desde Copérnico dizendo que a Terra gira em torno do sol à criação do mundo compreendendo o evento do Big-Bang, que é a teoria científica onde o universo emerge de um estado extremamente denso e quente há cerca de 13,7 bilhões de anos, baseada em observações científicas que mostram que o universo continua a se expandir.