sábado, 11 de outubro de 2008

LIMITE DO ESTADO E LIBERDADE


Talvez uma das saídas seja não pensar no limite do Estado, e sim na ausência dele, na superação da necessidade de uma entidade com tanto poder sobre a liberdade das pessoas, que cerceia e determina quais serão seus potenciais impedindo a realização de muitas coisas.
Porém, há um paradoxo, pois a liberdade sem nenhuma forma de regulamentação pode se tornar ameaçada, talvez graças ao nosso baixo nível de desenvolvimento intelectual, emocional e social. Então, voltamos a supor que precisamos do Estado, porém um estado que se dedicasse e cumprisse funções administrativas e reguladoras pelo povo.
Assim sendo, por um lado temos o Estado que por si só pode ser exacerbado e também ter o valor exacerbado pela sociedade, pelo próprio homem e por outro, o risco da coletividade não saber lidar com a liberdade excessiva e graças a paixões menores como egoísmo, não conseguirem agir de forma construtiva e revolucionária com um sentido de mudanças nunca antes vividas.
Liberdade, que é alto também tão complexo de se definir e colocar em prática, pelo fato desta não poder ser abalada ou suprimida graças à liberdade de um terceiro, torna-se ao mesmo tempo um instrumento de legitimação para a necessidade do Estado.
A questão principal talvez, seja delimitar a LIDERANÇA e o tipo de uso do PODER que o Estado pode ter.
Talvez graças aos conceitos cristãos tão impregnados em nossa sociedade (e de outros Deuses em outras sociedades), que em algumas coisas coincidem, temos a máxima “todos são iguais”. Não é uma realidade, e precisamos notar e saber apreciar a questão à luz da razão. Especialmente nas massas, há homens que são “superiores”, que se destacam por alguma razão, seja pela cultura um pouco superior, seja pela força física, capacidade intelectual, conhecimento. Então Liberdade e igualdade não necessariamente são parceiras.
Também graças às diferenças que encontramos nas massas, surge a grande dificuldade da sociedade interpretar, compreender, julgar e exigir do Estado os seus direitos e compreender melhor os conceitos de sua própria liberdade e da do outro.
Lentamente, e talvez seja o único caminho, as massas precisam pela educação, não só a formal escolar, desenvolver consciência e capacidade de julgamento não somente pelo senso comum. Conscientizar as massas é fundamental para um processo político evolutivo a meu ver, pois é o que pode limitar e trazer ética para o Estado.
Quem sabe, se o processo tiver um início agora, em alguns séculos nosso desenvolvimento emocional consiga atingir um nível onde seja possível viver um sistema anárquico, sem governo, sem Estado. Quem sabe, não teremos mais fronteiras, a economia não será capitalista, e talvez nem comunista, pois pode surgir uma nova proposta, e os padrões de comportamento que iniciemos agora consigam transformar a coletividade a ponto desta compreender um mundo melhor e realmente livre. Os padrões comportamentais que podemos iniciar agora podem “contaminar” toda a sociedade, pois padrões de comportamento são condicionadores apesar de lentos.
Então, talvez a busca da coletividade pelos bens materiais, pelo poder aquisitivo, pelo poder social cedam e no lugar consigamos deixar os valores superficiais e supérfluos e realmente pensar na coletividade vivendo em harmonia.

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