domingo, 3 de maio de 2009

Idéias Evolutivas


Gosto dos pontos de vista de Sartre sobre muitos temas. A questão é realmente transcender na busca de algo melhor, superior, compreendendo o que é liberdade e o que podemos fazer com ela.

A filosofia sartreana nos traz coisas como a incapacidade humana em conviver com o vazio de ser. Daí, diz Sartre, que o humano deve ter atitudes que amenizem o drama da “nadificação” da consciência, ou seja, as atitudes do homem com relação ao desconforto estão no mascarar, na tentativa de enganar se para fugir do fato, ou nas palavras do próprio:

Nas palavras de Sartre:
Mas a fuga da angústia não é apenas empenho de alheamento ante o devir: tenta, além disso, desarmar a ameaça do passado. Neste caso, tento escapar de minha própria transcendência, na medida em que sustenta e ultrapassa minha essência. Afirmo que sou minha essência à maneira de ser do Em-si. Ficção eminentemente tranqüilizadora, pois a liberdade estaria enterrada no seio de um ser opaco: na medida em que minha essência não é translucidez e é transcendente na imanência, a liberdade se torna uma de suas propriedades.

A ontologia existencialista pela concepção antropológica é concebida por Sartre pontuando a realidade humana sitiada pelo nada, pelo vazio, assim, pela angústia. Diante do nada da consciência o homem é angústia. O nada e a angústia geram como resposta atitudes de fuga da realidade, o que Sartre chama de conceito de má fé, que se torna uma postura comum na condição humana, encontrada quando definimos ou assumimos uma identidade de alguma forma.

Como diz Sartre em O Ser e o Nada, quando nos definimos como professores, por exemplo, agimos de má fé. Nosso nada é cristalizado na função de ser professor, e assim nos permitimos avaliar o mundo pelo prisma cristalizado em nossa consciência.

O humano refugiado na má fé está nas reflexões de Sartre como possibilidade humana diante do nada de ser.

A consciência não possuí conteúdo e ela é aberta para o mundo na busca de essência: "O primeiro passo de uma filosofia deve ser, portanto, expulsar as coisas da consciência e restabelecer a verdadeira relação entre esta e o mundo, a saber, a consciência como consciência posicional do mundo".

Em Existencialismo é um Humanismo, a definição de Sartre para o homem é angústia, que surge da “nadificação” de seu próprio ser. Pelo fato do homem nada ser ele se torna um ser jogado no mundo, obrigado a viver sua solidão de ser mesclada com a angústia de nada ser. O desamparo é condição permanente na realidade humana. Do nada da consciência vem também outro problema sartreano que é a nossa incapacidade de lidar com o vazio do ser. Para Sartre o humano deve tomar atitudes que tenham como objetivo amenizar o drama da nadificação da consciência.
Segundo Sartre: Mas a fuga da angústia não é apenas empenho de alheamento ante o devir: tenta, além disso, desarmar a ameaça do passado. Neste caso, tento escapar de minha própria transcendência, na medida em que sustenta e ultrapassa minha essência. Afirmo que sou minha essência à maneira de ser do Em-si. Ficção eminentemente tranqüilizadora, pois a liberdade estaria enterrada no seio de um ser opaco: na medida em que minha essência não é translucidez e é transcendente na imanência, a liberdade se torna uma de suas propriedades.

E ainda: "Convém escolher e examinar determinada atitude que, ao mesmo tempo, seja essencial à realidade humana e de tal ordem que a consciência volte sua negação para si, em vez de dirigi-la para fora. Atitude que parece ser a má fé".

A má fé é uma possibilidade como atitude que habita o vazio humano e é uma fuga do nada e da angústia, onde o homem encontra abrigo e nega sua condição ontológica. Assim, ele se esconde em ideologias, éticas ou religiões buscando norteamento para sua existência.


É o nada de ser que permite ao sujeito a condição intrínseca de ser livre. Liberdade para Sartre é possível em um cenário onde a constituição ontológica do sujeito está no nada de ser. Somos livres por sermos nada de ser. O nada da consciência é a liberdade e a possibilidade múltipla para se viver de forma autêntica.

Certo ou errado, complexo ou não, é um tipo de pensamento que nos faz refletir de forma evolutiva, buscando um desenvolvimento como seres únicos que somos e tendendo para algo melhor.


Tadziu

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