terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Direitos dos Animais

Declaração Universal dos Direitos dos Animais

Proclamada em assembléia da Unesco, em Bruxelas,
no dia 27 de janeiro de 1978


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Artigo 1o Todos os animais nascem iguais diante da vida e têm
o mesmo direito a existência.

Artigo 2o

a. Cada animal tem o direito a respeito.

b. O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se
o direito de exterminar os outros animais ou explorá-los, violando
esse direito. Ele tem o dever de colocar sua consciência a serviço dos outros animais.

c. Cada animal tem o direito a consideração, à cura e à proteção do homem.

Artigo 3o

a. Nenhum animal será submetido a mau trato e a atos cruéis.

b. Se a morte de um animal for necessária, deve ser instantânea,
sem dor nem angústia.

Artigo 4o

a. Cada animal que pertence a uma espécie selvagem tem o direito de
viver livre no seu ambiente natural terrestre, aéreo ou aquático, e tem o
direito de reproduzir-se.

b. A privação da liberdade, ainda que para fins educativos, é contrária a
esse direito.

Artigo 5o

a. Cada animal pertencente a uma espécie que vive habitualmente no
ambiente do homem, tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e
as condições de vida e de liberdade que são próprias a sua espécie.

b. Toda modificação desse ritmo e dessas condições , imposta pelo
homem para fins mercantis, é contrária a esse direito.

Artigo 6o

a. Cada animal que o homem escolher para seu companheiro tem
o direito a uma duração de vida conforme sua natural longevidade.

b. O abandono de uma animal é um ato cruel e degradante.

Artigo 7o

Cada animal que trabalha tem o direito a uma razoável limitação do tempo
e intensidade do trabalho, a uma alimentação adequada e ao repouso.

Artigo 8o

a. A experimentação animal, que implica um sofrimento físico, é incompatível
com os direitos do animal, quer seja uma experiência médica, científica,
comercial ou qualquer outra.

b. As técnicas substitutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas.

Artigo 9o

No caso de o animal ser criado para servir de alimentação, deve ser nutrido,
alojado, transportado e morto sem que para ele resulte ansiedade ou dor.

Artigo 10o

Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem.
A exibição dos animais e os espetáculos que utilizam animais são
incompatíveis com a dignidade do animal.

Artigo 11o

O ato que leva à morte de um animal sem necessidade é um biocídio,
ou seja, um delito contra a vida.

Artigo 12o

a. Cada ato que leva à morte um grande número de animais selvagens
é um genocídio, ou seja, um delito contra a espécie.

b. O aniquilamento e a destruição do meio ambiente natural levam ao genocídio.

Artigo 13o

a. O animal morto deve ser tratado com respeito.

b. Cenas de violência de que os animais são vítimas devem ser proibidas
no cinema e na televisão, a menos que tenham como fim mostrar um
atentado aos direitos do animal.

Artigo 14o

a.As associações de proteção e salvaguarda dos animais devem ser
representadas a nível de governo.

b. Os direitos do animal devem ser defendidos por leis, como os
direitos do homem.

Homens Animais


"A compaixão para com os animais é intimamente ligada ao caráter de cada um. Pode se dizer, com segurança, que aquele que é cruel para com os animais não pode ser um homem bom". (Arthur Schopenhauer - 1788-1860)

Muitas pessoas ficam assombradas e consideram a proteção animal algo irreal e desnecessário num momento, em que a humanidade passa todas as necessidades possíveis e imagináveis.
Esquecem-se muitas vezes de duas coisas importantes: já existe “gente demais cuidando de gente” e “gente demais criando problemas”, o que exigiria outros tipos de solução, desde controle de natalidade, melhora da cultura geral, legalização do aborto e outros tópicos polêmicos e difíceis de tratar. Em outro momento tentarei.
Vamos tentar discutir outro aspecto importante na avaliação da civilidade, do ser humano e na importância que pode ter o tratamento que destinamos aos animais. Tentarei fazer a abordagem a partir de uma ciência pouco discutida apesar de importante, por si só e por mesclar diversas outras ciências como sociologia, política, biologia, psicologia, etc. A criminologia.
Com base em Rousseau, a criminologia deve procurar a causa do delito na sociedade (Veja Rousseau, Personalidade Criminosa) . Para Lombrosso, cuja a obra pode ser considerada antropologia criminal. Para Lombrosso, o "criminoso nato" podia ser avaliado por determinadas características somáticas, e seria possível determinar quais os indivíduos que se voltariam para o crime.
Várias são as teorias a respeito de criminalidade, abordando praticamente todas as áreas, mas sabemos hoje, que isoladamente não são eficazes ou reais. A criminalidade, a violência, a agressividade, etc, são geradas e atingidas por elementos bio-psico-sociais, e devem levar ainda em conta a parte endocrinológica do indivíduo, aos genes, ao afeto, família, sociedade, falta de oportunidades, frustrações, etc.
O assunto é muito longo e na tentativa de “resumir”, vamos citar a relevância existente na forma de tratar animais, com traços psiquiátricos doentios:
O assassino em série (serial killers), que é uma grande dificuldade de avaliação e determinação dos fatores que causam tal distúrbio, é um caso curioso e à parte, mas considera-se um assassino serial aquele que comete o mesmo crime por no mínimo três vezes com um certo intervalo entre os assassinatos. O assassino serial escolhe suas vítimas por características semelhantes e as mata também de forma semelhante, diferentemente do assassino em massa, que apenas elimina vítimas sem maiores preocupações.
Em análises de personalidade de tais tipos de assassinos (entre tantos outros), geralmente encontram-se anormalidades que se destacam. ATOS DE VIOLÊNCIA CONTRA ANIMAIS, por exemplo, são indicadores de psicopatologia, e raramente se limita aos animais.

Albert Schweitzer, cientista humanitário diz: "quem quer que tenha se acostumado a desvalorizar qualquer forma de vida corre o risco de considerar que vidas humanas também não têm importância".

Robert K. Ressler, agente do FBI que nos anos 70 desenvolvia perfis de criminosos, e iniciou o uso do termo “Serial Killer”: "assassinos freqüentemente começam por matar e torturar animais quando crianças". Muitos são os estudos demonstrando que atos de crueldade contra animais podem ser o primeiro sinal de uma patologia violenta que poderá incluir, no futuro, seres humanos.

Alguns exemplos de seriais que torturavam animais:

Patrick Sherrill, assassinou quatorze pessoas em uma agência de correios e depois cometeu suicídio atirando em si mesmo. Roubava animais de estimação para que seu próprio cão pudesse atacá-los e mutilá-los.

Earl Kenneth Shriner, que estuprou, esfaqueou e mutilou um garoto de sete anos de idade. A vizinhança o conhecia por colocar explosivos em ânus de cães e estrangular gatos.

Brenda Spencer, que disparou tiros em uma escola de San Diego. Matou duas crianças e feriu nove. Com freqüência maltratava gatos e cachorros, geralmente ateando fogo em suas caudas.

Albert De Salvo, o "Estrangulador de Boston", matou treze mulheres. Quando jovem aprisionava gatos e cães em engradados de laranja e depois treinava arco e flecha atirando nas caixas.

Carroll Edward Cole, foi executado, condenado por cinco de 35 assassinatos cometidos atribuídos a ele. Seu primeiro ato de violência quando criança foi estrangular um filhote de cão.

Jeffrey Dahmer, assassino em série, espetava cabeças de gatos, cães e sapos em varas.
No Missouri em 1987, três adolescentes foram acusados de surrar um colega até a morte. Tinham várias histórias de crueldade contra animais. Um disse ter perdido a conta de quantos gatos matou.

Dois irmãos, que assassinaram os pais disseram a colegas de classe, que haviam decaptado um gato.

O fator mais sério e importante a ser pensado sobre este tipo de assassino, é o fato dele não ser um alienado mental. Aparentemente são saudáveis e somente cerca de 5% dos assassinos em série são realmente doentes ou perderam a noção da realidade.
Em uma estatística que na verdade é mundial, as assassinos em série são (no Brasil), homens, brancos, entre 20 e 30 anos de idade, de famílias desestruturadas e com quadros de maus-tratos e/ou foram molestados quando crianças.

Vale lembrar-se disso e observar o mundo ao redor com relação às crianças e aos animais. Proteger os animais, pode e deve também implicar no cuidado e educação da criança.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Vitor Hugo




Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
njustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco deleNa sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono dequem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar esofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

Nietzche


Agora, prossigo sozinho, meus discípulos! E vós, também, agora, ide embora sozinhos! Assim o quero. Em verdade, eu vos aconselho: afastai-vos de mim e defendei­vos contra Zaratustra! E, ainda melhor, envergonhai-vos dele! Talvez vos enganasse. O homem de conhecimento não deve poder, somente, amar seus inimigos, mas, ainda, odiar também seus amigos. Retribui-se mal um mestre quando se permanece sempre e somente discípulo. E por que não quereis arrancar folhas da minha coroa? Vós me venerais; mas e se, algum dia, a vossa veneração vier a morrer? Tomai cuidado com que não vos esmague uma estátua! Dizeis que acreditais em Zaratustra? Mas que importa Zaratustra! Sois os meus crentes; mas que importam todos os crentes! Ainda não vos havíeis procurado a vós mesmos: então, me achastes. Assim fazem todos os crentes; por isso, valem tão pouco todas as crenças. Agora, eu vos mando perder-vos e achar-vos a vós mesmos; e somente depois que todos me tiverdes renegado, eu voltarei a vós. Em verdade, com outros olhos, meus irmãos, procurarei, então, os que perdi; com outro amor, então, vos amarei. Nietzche

Um pouco de humor

Num dia destes eu estava passando em frente uma livraria evangélica, vi um decalque que dizia "Se você ama Jesus, buzine". Comprei um e apliquei-o no vidro traseiro do meu carro. Foi muito bom eu ter feito isso. Uma tremenda experiência se sucedeu.Eu estava parado num cruzamento movimentado com o sinal fechado, pensando nas coisas do Senhor, e não notei que o sinal tinha aberto. Aquele decalque funcionou mesmo. Encontrei muitas pessoas que amavam Jesus. Vejam só, o cara atrás de mim começou a buzinar que nem louco. Ele devia amar o Senhor de verdade, porque logo a seguir ele se curvou para fora da janela e clamou: "Jesus Cristo" tão alto quanto podia. Era como um jogo de futebol, com ele gritando: "Vai, Jesus Cristo, vai". Todos os outros começaram abuzinar também, então me inclinei para fora da janela, acenei e sorri para todos aqueles amados irmãos.Havia um cara que devia ser de alguma igreja pentecostal, porque pude ouvi-lo clamar algo como "luta que caiu", e eu o vi acenar com um gesto engraçado, com o dedo médio apontado para o céu, creio que esse gesto é usado pelos pentecostais para desejar bênçãos celestiais aos irmãos. Então eu retribuí a bênção acenando com o mesmo gesto. Alguns carros mais atrás, um homem enorme desceu do carro e clamou alguma coisa. Não pude ouvi-lo muito bem, mas parecia ser algo como "Teu Filho na luta" ou coisa parecida. Decerto também estava envolvido em batalha espiritual. Ele deviamesmo amar o Senhor.Algumas pessoas ficaram tão envolvidas pelo intenso júbilo daquele momento de glória que saíram de seus carros e vieram andando na minha direção. Creio que eles queriam orar, mas naquele instante notei que o sinal ficou amarelo, e embora quisesse ficar ali com aqueles irmãos tão amorosos, pisei no acelerador. Fui o único motorista que conseguiu atravessar o cruzamento. Olhei para trás e vi que eles estavam lá, parados. Então dei-lhes um grande sorriso pela janela e acenei com o gesto pentecostal de bênçãos aos irmãos, e fui embora. Louvado seja o Senhor por pessoas tão maravilhosas.

Frases intressantes...




*Eu não sou ninguém. Ninguém é perfeito. Portanto, sou PERFEITO!!!
* Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.
* Convencido? EU?? Antes eu era convencido... Hoje, sou perfeito!

* O mundo precisa de mais gênios humildes! Hoje em dia somos poucos...

* Pra que serve espingarda de 2 canos? Pra matar dupla sertaneja!!!

* Se Deus é amor, e amor é cego, então Deus é cego????

* Quem ri por último é quem tem o raciocínio mais devagar...

* Drogas fazem a gente perder a memória e uma outra coisa que não lembro.

* Eu indeciso? Não tenho certeza.

* Não leve a vida a sério... você não vai sair vivo dela!

* Não tem porque ser pessimista. Não vai funcionar mesmo...

Felicidade

Ninguém pode dizer com consciência que não deseja ser feliz. Todos a procuram, nos mais variados lugares e de diferentes formas. O grande desafio somos nós mesmos.
Cabe ao ser inteligente dizer o que quer, o que faz, o que é fundamental e como é a sua existência, desta forma, estabelecendo parâmetros, crescendo por dentro.
É possível alcançar a felicidade hoje, apesar dos problemas, mas isto deve ser interno e real. Ninguém ri a toa, ninguém anuncia estar feliz. Apenas aquele que consegue viver na realidade é realmente feliz, ou pode ser feliz.
Não somos somente aparência material, física. Temos um corpo e uma “alma”, ou seja lá o que for, temos o racional e todos os sentimentos, que muitas vezes colidem. Devemos tentar entender nossos enigmas, as problemáticas da dor e do desamor.
A felicidade é algo diferente para cada um de nós, e muda em proporção ao intelecto e afetividade de cada um, onde também devemos contar com as necessidades.
A felicidade consiste talvez em fazer o bem, "não é ter ou não ter", e também na satisfação plena, na eliminação de duvidas e no silêncio meditativo que nos proporciona apenas sentir a felicidade fluir. Quando realmente felizes, não rimos sem razão, temos motivos para isto e todos percebem, não é necessário dizer, anunciar.
A vida não é um problema, é um desafio. Ela nos apresenta oportunidades, chances, algumas aproveitáveis e outras dispensáveis.
A alegria de viver deve ser uma norma de conduta nos seres pensantes, sem egoísmos ou vinganças. Os acontecimentos do dia-a-dia mudam a cada momento e transformam tristezas em coisas boas e felicidades em coisas ruins.
Construímos castelos na areia, sonhamos mais do que devemos, transformamos mito em verdade, temos ilusões românticas, investimos a felicidade em relacionamentos com de expectativas coloridas, condenando-nos sempre a decepções crônicas. Necessitamos de reciprocidade.
Ninguém pode nos fazer felizes ou infelizes, somente nós mesmos podemos fazer isto com nossos atos. Fracassos ou sucessos, todos são subprodutos de nossas atitudes construtivas ou destrutivas.
É sempre fácil culparmos um cônjuge, um amigo ou uma situação pela insatisfação, por pensarmos que, se os outros se comportassem de acordo com os nossos planos e objetivos, tudo seria perfeito. Não temos controle absoluto sobre nada, não nos é vantajoso e nem mesmo possível. A felicidade não requer rótulos e nosso mundo seria mais repleto de momentos agradáveis se conseguíssemos ver as pessoas sem limitações, mas para isto, contamos com o comportamento e sinceridade das outras pessoas. Cada indivíduo é uma pessoa singular e distinta.
Felicidade não é a realização de nossos desejos, mas sim, a noção de que podemos estar satisfeitos com nossas reais possibilidades. A felicidade encontraremos na harmonia, no amor verdadeiro e até na renúncia.

Dedicado a um grande amigo.

Ler e pensar...

A desarmonia é um grande problema social e a infelicidade geralmente não é um estado transitório, pois como o tempo há um aumento na insatisfação relacionada proporcionalmente ao seu tempo de existência.Existe quase sempre muita dificuldade em aceitar perdas como algo definitivo. Entre os sentimentos negativos mais freqüentemente encontrados estão: tristeza; isolamento; raiva; culpa; ansiedade; depressão; insegurança; medo; e solidão.A incompatibilidade de gênios (divergência de valores, interesses, filosofia de vida, valores éticos e morais) são variáveis importantes e freqüentes dentre outras, que impedem uma convivência prazeirosa; problemas de comunicação; expectativas não atendidas; frustração das necessidades emocionais e sexuais; diminuição da cumplicidade e do prazer de estar juntos, no sentido de partilhar as coisas como gostaria; expectativas não reais; acúmulo de sentimentos de raiva, mágoas e decepções devido a esperança de que mudanças ocorram; e pequenas divergências acabam se transformando muitas vezes em grandes diferenças.Muitas vezes, a inexperiência ou a imaturidade provoca surpresas desagradáveis no curso de sua vida em comum: os dois indivíduos percebem que têm personalidades diferentes, com divergências de interesses e de opiniões também na escolha das atividades e das amizades. Com o passar do tempo, eles crescem e amadurecem de modo distinto, não-paralelo e seus desejos se desenvolvem em direções opostas.Se não existe mais um acordo sobre a maneira de pensar e agir, qualquer acontecimento, mesmo se irrelevante, pode vir a se tornar motivo de briga.Interações neuróticas podem ajudar a acirrar as divergências e a criar a incapacidade (ou falta de vontade) de chegar a um acordo. Além disso, não poucas vezes, a infidelidade torna-se assim mais um indício de um estado de incertezas e insatisfações do que uma alternativa real para aceitar o fim.Quando a consciência da situação crítica se aguça, o sentido de prolongar uma relação fundamentada em bases tão frágeis se torna inútil.Analisando as dificuldades surgidas no relacionamento, salienta-se que a existência deste impõe problemas, rotina, compromissos pois é inevitável enfrentar as responsabilidades de um trabalho repetitivo, das obrigações... Creio que existam critérios para determinar se um relacionamento é bom, o que aumenta a sensibilidade das pessoas quando ele não parece satisfatório. A frustração é grande quando as metas não são inacessíveis; e elas o são quando as expectativas são muito discrepantes da realidade.As falhas na comunicação também são fortes determinantes. O outro deve sempre saber dos sentimentos e pensamentos, o que gosta ou desagrada, porque, caso isso não ocorra, será difícil entender qualquer mensagem que o outro tenta transmitir. A comunicação clara e adequada favorecerá também um bom relacionamento sexual.Uma comunicação franca, no nível sexual, está na dependência do respeito mútuo que embasa a relação e que permite a cada um preservar a sua individualidade. Quando não se tem nada a dizer, lentamente perde-se o sentimento pelo outro, fazendo do ato sexual, fonte de ódio, e uma obrigação e imposição egoísta. Uma vez que é fundamental existir sexo, é imprescindível que aconteça satisfatoriamente para ambos.

Deus, deuses...




Deus, deuses, crenças... formação da religião segundo uma ótica pessoal...
No século VI A.C, nasce o Orfismo, primeira concepção dualista de alma (=demônio) e corpo (=lugar de expiação da alma): pela primeira vez o homem vê uma batalha interior de dois princípios em luta um contra o outro, onde o corpo é visto como cárcere e lugar de punição do demônio. Enfraquece-se a visão naturalista e, assim, o homem começa a compreender que nem todas as tendências que percebe em si são boas, que algumas, ao contrário, devem ser reprimidas, sublimadas e comprimidas, e que é necessário purificar o elemento divino nele existente do elemento corpóreo e, portanto, mortificar o corpo. Observe especialmente o período em que isto acontece, século XI (seis) (Antes de Cristo).Certamente qualquer pessoa que saiba ler e compreenda um pouco do texto e do contexto, poderá localizar e traçar paralelos com as religiões atuais, que basicamente são modificações e aperfeiçoamentos de várias doxografias passadas, mas é claro, a intenção aqui não é converter ninguém a nada, e sim expor uma linha de crença e pensamento.[...] A palavra ‘phisis’ indica aquilo que por si brota, [...] que se caracteriza por uma dinamicidade profunda, [...] o psíquico também pertence à ‘phisis’. [...] Tales disse: ‘ tudo está cheio de deuses’. [...] Tudo está cheio de misteriosas forças vivas; a distinção entre a natureza animada e a inanimada não tem fundamento algum; tudo tem uma alma. [...] À ‘phisis’ pertence, portanto, um princípio inteligente, que é reconhecido através de suas manifestações e ao qual se emprestam os mais variados nomes: Espírito, Pensamento, Inteligência, Logos, etc. [...] A ‘phisis’ compreende a totalidade de tudo o que é. [...] Para os pré-socráticos a ‘phisis’ compreende em si tudo o que existe. Os fragmentos acima demonstram uma grande possibilidade destes conceitos com o tempo terem sido transformados em coisas do tipo “Deus está presente em tudo...” etc.Em (580/577 – 460 a.C.) Xenófanes de Cólofon diz que o elemento primordial é a terra. [...] Combate acirradamente a concepção antropomórfica dos deuses, e defende um Deus único, distinto do homem, não-gerado, eterno, imóvel, puro pensamento e que age através de seu pensamento. Alguns fragmentos: a) [...] Dirigem também suas orações a estátuas, como se fosse possível conversar com edifícios, ignorando o que são os deuses e os heróis. b) Este mundo, igual para todos, nenhum dos deuses e nenhum dos homens o fez; sempre foi, é e será um fogo eternamente vivo, acendendo-se e apagando-se conforme a medida. c) Lei é também obedecer à vontade de um só. d) Mesmo percorrendo todos os caminhos, jamais encontrarás os limites da alma, tão profundo é o seu logos. Escrever sobre os primeiros filósofos, sobre as origens das linhas de pensamento é algo fascinante, pois nos faz voltar no tempo e espaço, buscando em suas origens, em seus pensamentos, fragmentos que se transformaram em muitos de nossos pensamentos, vivências e crenças. Neste campo tão fértil, podemos perceber que eram pessoas altamente inteligentes, que se dedicavam à observação de fatos que ,para aquela época, não significavam muito para a maioria das pessoas (o que de certa forma ainda é válido hoje).Os filósofos pré-socráticos nos deram a possibilidade de ter princípios para a reflexão racional. Nada é fixo, nada é fechado, a intenção será sempre de aprendizado e reflexão.

Duas máximas filosóficas

1º Máxima Filosófica: Toda e qualquer teoria filosófica tem outra que a contraria.

2º Máxima Filosófica: Ambas estão erradas.

Para refletir:

"O que se tornou perfeito, inteiramente maduro, quer morrer."
"Quanto mais alto um homem voa, menor ele se parece para aqueles que não sabem voar."
"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você"
"As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."
"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu."
"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez. "O falso amor de si mesmo transforma a solidão em prisão."
"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte"
"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo"
"A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo."
"A melhor cura para o amor é ainda aquele remédio eterno: amor retribuído."
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O ÚNICO TESTE QUE REALMENTE FUNCIONA

DE TODOS OS TESTES QUE JÁ RECEBI, ESTE TESTE É O ÚNICO QUE FUNCIONOU COMIGO!!!!!

Imagine que você esta no meio da selva e encontra uma cabana.
Você entra na cabana e vê à sua esquerda 7 pequenas camas e à direita uma mesa com 7 pequenas cadeiras. Sobre a mesa uma grande cesta com 7 tipos de frutas:

a) Maçãs
b) Bananas
c) Morangos
d) Pêssegos
e) Laranjas
f) Abacaxis
g) Mamões

Qual fruta você então escolheria?

- A sua escolha vai revelar muito de você!Após a escolha, veja abaixo qual é a resposta.....
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a) Maçãs: significa que você é do tipo de pessoa que adora comer maçã.
b) Bananas: significa que você é o tipo de pessoa que adora comer banana.
c) Morangos: significa que você é o tipo de pessoa que adora comer morango.
d) Pêssegos: significa que você é o tipo de pessoa que adora comer pêssego.
e) Laranjas: significa que você é o tipo de pessoa que adora comer laranja.
f) Abacaxis: significa que você é o tipo de pessoa que adora comer abacaxi.
g) Mamãos: significa que você é o tipo de pessoa que adora comer mamão.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

EPICURISMO E ESTOICISMO - CONCEITOS PARA BUSCAR A FELICIDADE

O homem vive hoje uma grande crise e encontra-se deslocado e solitário, talvez de uma maneira nunca antes vista. A busca da felicidade, que parece ser algo que tem início em um período difícil de demarcar, ainda está presente, porém com uma grande diferença gerada pelos conflitos entre razão e mito.

Epicuro de Samos foi um filósofo ateniense do século IV a.C., e sua filosofia foi seguida por muitos outros, chamados epicuristas.

O epicurismo surge num momento histórico onde o indivíduo se distancia da política. Há uma decadência sócio-política na Grécia e os filósofos da época tentam conseguir a melhora, o desenvolvimento interior do homem, saindo da “normal” preparação para a política. Talvez, hoje, até possamos traças alguns paralelos com a mesma situação.

Os pensamentos de Epicuro foram mal entendidos e ainda hoje, quando se lida superficialmente com a filosofia dele, tende-se a compreender erroneamente a genialidade e o desapego material deste grande filósofo.

A busca da felicidade para Epicuro, centrava-se na busca da libertação, de prazeres na verdade moderados e saboreados também com a razão.

Epicuro era sensato, tinha bom senso, um senro refinado, era nobre de sentimentos, e seus textos mostram bem isso.

O epicurismo valorizou as sensações como a lógica do conhecimento e a percepção do sensível. Tentou livrar o homem de medos relacionados a vida, morte, deus e outras crenças assustadoras.

Com base na doutrina proposta, o homem poderia eliminar seus temores, que atormentavam sua alma, e sentir-se como um ser realmente integrado à natureza. Uma vez integrado à natureza, é possível dosar e selecionar os prazeres aceitando-os.

Não há prazer imediato, não é esta a maneira que o Epicurismo usa para tratar a questão. Claro, o homem mediano, vulgar, irá compreender o prazer da “pior” maneira possível, porém, o prazer buscado deve ser avaliado pela razão, ser escolhido de maneira prudente.

O prazer deve ser dominado e nunca o contrário.

Viver feliz é o princípio e o fim. Não existe a necessidade de poder ilimitado, ganância e outros. Deve-se saber e ter discernimento para separar aquilo que é prudente.

Epicuro busca um prazer dosado, controlado, que possa trazer felicidade, paz e liberdade. Não é vulgar ou libertino.

“Quando dizemos que o prazer é a meta, não nos referimos aos

prazeres dos depravados e dos bêbados, como imaginam os que

desconhecem nosso pensamento ou nos combatem ou nos

compreendem mal, e sim à ausência de dor psíquica e à ataraxia da

alma. Não são com efeito as bebedeiras e as festas ininterruptas, nem

o prazer que proporcionam os adolescentes e as mulheres, nem comer

peixes e tudo mais que uma rica mesa pode oferecer que constituem a

fonte de uma vida feliz, mas aquela sóbria reflexão que examina a

fundo as causas de toda escolha e de toda recusa e que rejeita as

falsas opiniões, responsáveis pelas grandes perturbações que se

apoderam da alma. Princípio de tudo isso e bem supremo é a

prudência. Por isso, ela é ainda mais digna de estima do que a

filosofia.” (Epicuro, Carta a Menequeu. In: Moraes, Epicuro: as luzes da

ética, 1998, p. 93).”

O tipo de prazer pregado por Epicuro gera ou busca a tranqüilidade da alma, dando ao homem que é justo a justiça e a serenidade, conceitos repletos de valores éticos importantes e também podem ser encontrados nas doutrinas Budistas e outras.

Observe com atenção, que os valores filosóficos, que tendem normalmente para a universalização de valores, bastam para uma busca de felicidade. Não existe a necessidade de gerar medo, como é padrão para a maioria das religiões ocidentais, com pregações sobre o inferno, pecado, culpa, o respeito a um deus místico qualquer, tudo repleto de hipocrisia, de falhas, de falta de sentido e contradições, mesclados e embasados em textos editados, reeditados, traduções nem sempre muito fiéis, etc.

A natureza inspirou e inspira o Homem que busca desvendar os seus mistérios. Especialmente no passado e ainda nos dias de hoje, a natureza recebe aspectos místicos e mágicos, e de diversas formas norteia o desenvolvimento humano. Muda a decoração, mudam os nomes dos deuses, mudam os tipos de devoção e rituais, porém, dela surgem as coisas, pois nela estamos incluídos. Compreenda natureza de forma bem ampla, como cosmos, como universo, que é algo que surgiu há Universo surgiu há aproximadamente 14 bilhões de anos e a vida, na Terra ao menos, há uns 4 bilhões. Interessante é tentar imaginar, uma vez que tudo é criação de um “Deus”, como muitos insistem em fazer, se existe um universo, um mundo... por que não existe naturalmente apenas um Deus??

De qualquer maneira, o homem sente falta de algo. Pode ser de mais ética, de mais lógica, de mais respostas.

Sempre acreditei que pensar leva a respostas porém pensar com a finalidade de busca da verdade só tem validade se conseguirmos abandonar o senso comum substituindo-o pelo senso crítico. Pode parecer um conceito Marxista, comunista ou outro qualquer semelhante, dizer que a classe dominante favorece a todos com a possibilidade de não pensar e de aceitar verdades impostas, avaliadas somente com o senso comum.

A alienação surge como um “conhecimento” natural e surge exatamente no senso comum. A realidade é apenas imaginada de forma fantasiosa sem que se tenha consciência.

Para explicar pobreza, por exemplo, temos oportunidade de ouvir todos os tipos de coisas:

- o miserável é pobre, mas é culpado, pois é preguiçoso e ignorante;

- é vontade de deus;

- ele é naturalmente inferior;

- e outras tantas frases de impacto, que até convencem a muitos.

Parando para pensar, podemos notar que não há realidade, e que tais pensamentos, tendem a legitimar e defender a classe dominante. Surgem “naturalmente” por elaboração de sacerdotes e semelhantes, cientistas, professores que ajudam a perpetuar tal tipo de pensamento e conceito, escritores, artistas e lamentavelmente, filósofos. Uma vez que estes detém o poder de ensinar e transmitir “conhecimento”, conseguem ser ponto de referencia e contaminam toda a sociedade.

A contaminação é necessária para que se mantenham as classes, e que todos aceitem a classe em que se encontram. Nossa sociedade esta formada de uma maneira muito rígida, o que dificulta ou limita a possibilidade de ascensão, então instrumentos de ideologia alienantes se fazem necessários. Da mesma forma, a religião é usada, como forma de controle social.

Como podemos perceber, não é exatamente fácil viver, ser feliz, e ainda, filosofar de maneira realmente isenta, crítica e científica. De certa forma, Epicuro nos dá um caminho para a busca da felicidade, que é bem razoável e possível, porém quero adicionar outros aspectos importantes, mais relacionados a nós e ao dia a dia.

Entre os maiores problemas vividos hoje, especialmente no aspecto emocional, está a ansiedade. Por definição, o que não é exatamente fácil de se fazer, ansiedade é ansiedade é um estado emocional caracterizado pelo medo, apreensão, mal-estar, insegurança, desconforto e muitas vezes vem acompanhada de uma sensação de que algo ruim irá acontecer.

Devemos procurar um meio, de viver plenamente integrados à natureza, ao cosmos. O tempo é para nós um grande problema. Vivemos do passado, onde ficam registrados bons e maus momentos, e viajamos freqüentemente imaginando nosso futuro. Onde está o hoje?

O passado pesa excessivamente, sendo pelas coisas boas vividas, trazendo às vezes a sensação de que não se repetirão, ou ainda, pelas más, pela mesma razão. Na verdade, não se repetirão mesmo, e isto deve ser aceito como um fato e terminado dentro de nós. Sentir-se ligado ao passado, ou viajando em miragens no futuro, faz com que não vivamos o dia de hoje plenamente.

“A maior parte das coisas que dizemos e fazemos não é necessária; quem as eliminar da própria vida será mais tranqüilo e sereno.”

Marco Aurélio

Filósofo estóico e imperador romano (121 – 180)

Então, devemos aprender a viver sem medos idiotas, sem saudades desnecessárias, abandonando o tempo, onde não deve existir passado ou futuro. Na verdade, passado e futuro não existem, pois estamos sempre no presente.

“Lembra-te que cada um de nós vive no momento presente, no instante. O resto é passado, ou obscuro futuro. Pequena é pois, na verdade, a extensão da vida.”

Marco Aurélio

Dois pensamentos de Sêneca (Lucius Annaeus Seneca (Córdova, 4 a.C. — Roma, 65 d.C.):

“O homem que sofre antes de ser necessário, sofre mais que o necessário.”

“As coisas que nos assustam são em maior número do que as que efetivamente fazem mal, e afligimo-nos mais pelas aparências do que pelos fatos reais.”

Então, precisamos nos livrar de sentimentos, idéias e medos, que na verdade estão fixados em absolutamente nada. O passado e as lembranças ruins do que houve nele, não são mais importantes, e o que nos reserva o futuro, ainda não nos diz respeito.

Existe apenas uma única realidade, e está acontecendo agora, a cada instante. Ainda citando Sêneca, “enquanto se espera viver, a vida passa

Não posso deixar de comentar também sobre o Estoicismo, que teve como fundador Zenão de Cício (336 a.C.- 264 a.C.). Acima já citei alguns dos pensamentos Estóicos, então vejamos do que se trata:

As conquistas de Alexandre o Grande (356-323 a.C.), fizeram com que a cultura grega tivesse divulgação e penetração por todo o mundo “civilizado” do período. A filosofia tem expansão e torna-se internacional. Durante pelo menos cinco séculos o estoicismo torna-se uma linha de pensamento organizado que domina o mundo.

Zenão era fenício, e também muitos de seus discípulos e colegas. Os “últimos” estóicos foram os romanos. Especial destaque para Sêneca (c. 2 a.C.-65 d.C.) que podia até não ser especialmente original e criativo em suas idéias, porém tinha grande capacidade de expressão.

Além do novo fato, de ser uma filosofia internacional, o estoicismo considerava que o homem devia ser um cidadão do mundo e atingia qualquer classe social. Em Roma, destaca-se o filósofo escravo Epicteto (55-135 d.C) e o imperador Marco Aurélio (121-180 d.C.), demonstrando a influência da filosofia em diferentes classes.

No melhor dos sentidos, ao invés de perder tempo lendo coisas como livros de auto-ajuda, que tentam oferecer respostas simples para coisas extremamente complexas, devemos pensar o mundo lendo coisas realmente edificantes e que podem trazer reais mudanças ao estilo de vida do humano.

A ética e as questões morais são vistas pelos estóicos como superiores e mais importantes que as questões teóricas. Ou seja, a filosofia, seus textos e conceitos, tentavam propor maneiras de conduta para atingir uma vida melhor.

A sociedade contemporânea atual é basicamente de consumo e tende a realizar uma busca sem limites pelo prazer imediato. O grande erro está no fato, de prazeres imediatos se tornarem “nada” em pouco tempo, da mesma forma que uma criança perde logo o interesse por um brinquedo novo, mantendo sempre esta busca insaciável acesa.

Um estóico considera que animais são regidos por instintos e os homens pela razão. A razão apresenta o mundo como sendo a Natureza, sem que haja nada superior a ela. Deus não está fora da Natureza e sim impregnado nela.

Deus para os estóicos é uma razão seminal, é a mesma semente de onde tudo nasce, diferentemente de nosso conceito que coloca deus como o criador. Deus e mundo são unidade e o mundo é expressão da ordem divina.

As religiões cristãs tem como base a filosofia grega, especialmente Aristóteles que nasceu em Estagira, na Calcídica (384 a.C. - 322 a.C.) e em Platão de Atenas (428/27–347 a.C.), daí muitas das semelhanças. Engana-se aquele, que pensa no conteúdo dos textos bíblicos como originais.

Pelo fato da Natureza ser dirigida pela razão divina, tudo tem motivo pré estabelecido e não podemos mudar isso. Pregam a resignação como atitude. A indiferença das emoções pode ser alcançada pela prática da virtude. Chegavam ao ponto de aceitar que uma situação poderia ser tão desagradável que justificasse até mesmo o suicídio, que em certas circunstâncias seria a coisa mais racional a ser feita, desde que de forma indolor.

Pode-se notar, que a construção de nossas idéias hoje, é uma mescla de diversas filosofias muito mais antigas. Resta-nos a capacidade e o poder de avaliar e optar de forma realmente racional qual a melhor conduta, e como sentir o mundo tentando fazer com que se torne melhor.

Pessoalmente, opto neste caso por Epicuro, porém considero ambas válidas, pois uma vez bem aceitas podem agir em nosso emocional de forma a trazer alguma satisfação.

O único cuidado com relação a esta filosofia, é pensar no caso do desapego material. Lendo-se mais profundamente, pode-se ter a impressão de que o material não pode trazer felicidade. Dinheiro no mínimo, pode afastá-lo da pobreza, o que é condição para uma possibilidade de vida feliz, então não sejamos hipócritas citando coisas como “o dinheiro não traz felicidade”, porém a ganância certamente é um grande mal.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

MEDO, SALVAÇÃO



Religiões tentam mostrar e ser o caminho da verdade, prometendo o perdão, a vida eterna, e fazem isso de diferentes maneiras e com vários artifícios, muitos deles danosos e extremamente alienantes.

O ser humano, felizmente ou infelizmente, é dotado da capacidade de optar, de grande egoísmo, muitas vezes pouco compreendido ou sublimado apenas em seu inconsciente, porém trazendo à tona as atitudes, muitas vezes sem ética alguma.

Pessoalmente acredito, que uma boa pessoa, um bom cidadão, simplesmente o é, não por ser motivado por ameaças de queimar no inferno, ou por promessas de vida eterna.

O lema de Sócrates “conhece-te a ti mesmo”, tem grande importância na compreensão das relações com as pessoas em sociedade e consigo mesmo. Somente o conhecimento geral, o auto-conhecimento, a razão, podem limitar um dos maiores problemas do ser humano, a hipocrisia.

Infelizmente, o homem é dotado de hipocrisia. Talvez este seja o fator mais importante que impede que os ensinamentos religiosos, passados apenas como obrigações, não sejam seguidos e não façam em média, alguém ser realmente melhor.

A hipocrisia é intrínseca, denota mentira, ausência de virtudes, falta de empatia e fingimento, e é muito facilmente notada nos outros, mas nem sempre em nós mesmos. Daí a necessidade de auto-conhecimento, de pensar, avaliar tudo, filosofar sem aceitar idéias prontas impostas geralmente por hipócritas ainda maiores.


“Qualquer um pode zangar-se - isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa - não é fácil.”


“Devemos nos comportar com os nossos amigos do mesmo modo que gostaríamos que eles se comportassem conosco.”


“A alma é a causa eficiente e o princípio organizador do corpo vivente.”


“A felicidade consiste em ações perfeitamente conformes à virtude, e entendemos por virtude não a virtude relativa, mas a virtude absoluta. Entendemos por virtude relativa a que diz respeito às coisas necessárias e por virtude absoluta a que tem por finalidade a beleza e a honestidade.”


“Quanto à virtude, não basta conhecê-la, devemos tentar também possuí-la e colocá-la em prática.”


Certamente, algumas ou todas as frases acima podem ser identificadas ou julgadas semelhantes a outras coisas que já foram lidas em outro lugar. Veja o autor na nota de rodapé.

Aristóteles nasceu em Estagira, na Calcídica (384 a.C. - 322 a.C.). Foi aluno de Platão (428/27–347 a.C.) e professor de Alexandre o Grande.

Voltando ainda um pouco, quero comentar sobre a palavra “alma”, tão utilizada por praticamente todas as religiões, e compreendida como algo ligado diretamente a um “deus”.

A palavra e o conceito são muito antigos, aparecem antes de Cristo e da maioria das religiões. Darei apenas uma pincelada no assunto, com filósofos de grande importância:

A análise de Aristóteles a divide em racional e irracional. A irracional existe também nos vegetais e animais, onde se considera também a nutritiva. A racional nos diferencia dos outros seres vivos e se divide também em duas: a intelectual e a moral, uma contemplativa e a outra é a vida ativa na polis.

Sócrates nada deixou escrito, então seu discípulo, Platão, nos deixa os registros de seu pensamento. Para Sócrates o movimento vem da alma, um poder não recebido do exterior. Em Fedro, diálogo de Platão, há o seguinte diálogo pronunciado por Sócrates:
"Cada corpo movido de fora é inanimado. O corpo movido de dentro é animado, pois que o movimento é a natureza da alma" (Fedon).

Vivemos no ocidente, e a maior influência que sofremos vem daí. De maneira alguma, devemos desprezar ensinamentos religiosos, pois fazem parte de nossa cultura, de nosso dia a dia, de nosso crescimento e amadurecimento, mas, apesar de pensar ser doloroso, e afastar-se daquilo que em teoria nos alenta, como a fé não ser fácil, há um mundo mais real, isento de mitos, onde podemos tentar uma felicidade mais plena e sem medo.

Outro grande problema com religiões, é a desunião que provocam. É quase uma disputa, como uma partida de futebol, ou um valor qualquer que é atribuído a um partido político.

Vejam:

Confúcio – filósofo chinês (551 a 479 a.C.) – “O que não quer que lhe façam, não faça aos outros.”

Hipócrates – “Pai da Medicina” (460 a 377 a.C.) – aconselhava os médicos: “transforme duas coisas em hábito – ajudar ou, pelo menos não fazer mal”.

Em Mateus 7,12 (Bíblia Cristã) : “Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles.

Em todas as religiões, encontraremos idéias e comportamentos esperados e desejáveis, porém muita hipocrisia, e muitos dirão que pelo fato de serem conduzidas pelo homem. Na verdade, o homem necessita de mais razão e atitude, menos medo e mais esperança.
Além do medo da punição, o medo da morte tem grande relevância quando pensamos em religião.

A morte é normalmente vista somente como a cessação de movimento, uma morte biológica. Nos esquecemos, que durante toda a vida, vivemos e sobrevivemos a pequenas mortes, e conseguimos ter e viver uma vida melhor, quando superamos os menos, ou viveremos atormentados e ansiosos em tempo integral.

Acreditar em um deus, é algo inquestionável, sem base alguma, fé é acreditar no místico, no incompreensível, é aceitar verdades e dogmas sem questionamento, sem necessidade de explicação. Não necessariamente a fé nos faz mudar por dentro, mudar a personalidade ou o caráter. Muitas vezes, dá apenas um “polimento”, que de maneira falsa, traz um novo pensamento sobre um determinado ser, somente por ele ter uma religião ou fé.

“Eles vieram com uma Bíblia e sua religião – roubaram nossa terra, esmagaram nosso espírito… e agora nos dizem que devemos ser agradecidos ao ‘Senhor’ por sermos salvos.” - Chefe Pontiac - Indígena americano, 1712-1769

São inúmeros os exemplos de coisas terríveis feitas em nome da fé, da religião. Ainda hoje muitas delas são atuais e ainda estão acontecendo. Podemos ir desde a “Santa Inquisição” que serviu ao interesse de poderosos, às crises no Oriente Médio entre outras, tudo em nome da fé.

"Imagine que não existe paraíso...
Imagine que não existem países...
Imagine que não existem religiões...
Acima de nós apenas o céu...
Você pode dizer que sou um sonhador...
...Mas não sou o único!" - John Lennon – Imagine

Um amigo me perguntou no ano passado, por que sempre acabávamos certas discussões com religião. Recentemente consegui uma conclusão, acho que até elementar:

O filósofo pensa, questiona, tenta conhecer o mundo, o caminho que este segue, tenta compreender a alma do homem, como torná-lo mais racional, como trazer ética para todas as atitudes, tenta ser lúcido, ter senso crítico, e pela graça de “deus”, o filósofo acaba sendo censurado, pois pode criar uma doutrina que pode salvar sem a ajuda de deus, o que faz dele uma ameaça.

Como pensava Epicuro, nascido em Samos em 341 a.C, “A representação vulgar do mundo, com seus deuses, o medo dos quais fez com que se cometessem os piores atos, é obstáculo à serenidade.”